Mrs. Dalloway (Coleção Duetos) (Portuguese Edition)

by Virginia Woolf

era isso... "Eu prefiro homens a couves-flores"

Ela se sentia muito jovem; ao mesmo tempo, inacreditavelmente envelhecida.

Muito melhor ela teria sido uma daquelas pessoas como Richard que fazia coisas por si mesma, enquanto, ela pensava, esperando para atravessar, metade do tempo ela fazia coisas não simplesmente, não para si mesma; mas para fazer as pessoas pensarem isto ou aquilo; perfeita idiotice que ela conhecia (e agora o policial segurava sua mão), pois ninguém nunca foi enganado por um segundo.

sendo sua experiência que o êxtase religioso tornava as pessoas insensíveis (assim como as causas);

Havia sempre algo frio em Clarissa, pensou ele. Ela sempre teve, mesmo quando garota, uma espécie de timidez, que na meia-idade se torna convencional, e então tudo se levanta, tudo se ergue, pensou ele, olhando com um ar bastante sombrio para as profundezas vítreas, e se perguntando se, visitando naquela hora, ele a havia aborrecido; superado com vergonha de repente por ter sido uma tola; chorou; foi emocional; contou-lhe tudo, como de costume, como de hábito.

Quando uma nuvem atravessa o sol, o silêncio cai sobre Londres; e cai sobre a mente.

A coisa óbvia a dizer dela era que ela era mundana; que se importava demais com a posição e a sociedade e que se entendia no mundo - o que de certa forma era verdade; ela tinha admitido isso a ele. O que ela dizia era que odiava idiotas, nebulosos, fracassados, como ele presumivelmente; achava que as pessoas não tinham o direito de se desleixar com as mãos no bolso; devia fazer algo, ser algo; e essas grandes ondas, essas duquesas, essas velhas Condessas, que se encontravam em sua sala de visitas, indescritíveis como ele as sentia como sendo de qualquer coisa que importasse uma palha, representavam algo real para ela.

e assim ela desenvolveu a religião ateísta de fazer o bem em nome do bem.

Todos, se fossem honestos, diriam o mesmo; não se quer pessoas depois dos cinquenta; não se quer continuar dizendo às mulheres que são bonitas;

Não se pode trazer crianças para um mundo como este. Não se pode perpetuar o sofrimento, ou aumentar a raça destes animais cobiçosos, que não têm emoções duradouras, mas apenas caprichos e vaidades, expelindo-os agora desta maneira, agora isso.

Pois a verdade é (que ela a ignore) que os seres humanos não têm nem bondade, nem fé, nem caridade além do que serve para aumentar o prazer do momento. Eles caçam em bandos. Suas matilhas vasculham o deserto e desaparecem gritando no deserto. Eles desertam os caídos. Eles estão emplastrados com as mágoas.

saúde é um assunto em grande parte sob nosso próprio controle. Entregue-se a interesses externos; assuma algum hobby.

as pessoas de quem mais cuidamos não são boas para nós quando estamos doentes.

havia em Sir William, que nunca tinha tido tempo para ler, um rancor, profundamente enterrado, contra pessoas cultas

"Todos nós temos nossos momentos de depressão", disse Sir William. Uma vez que você cai, Septimus repetiu para si mesmo, a natureza humana está sobre você.

A natureza humana é sem remorsos.

Porque é uma pena nunca dizer o que se sente,

Mas... mas... por que ela de repente sentiu, por nenhuma razão que ela pudesse descobrir, desesperadamente infeliz?

pois certamente uma garota tem direito a algum tipo de felicidade... E ela nunca havia sido feliz, por ser tão desajeitada e tão pobre.

As coisas mais cruéis do mundo, pensava ela, vendo-as desajeitadas, quentes, dominantes, hipócritas, bisbilhoteiras, ciumentas, infinitamente cruéis e inescrupulosas, vestidas com um casaco mackintosh, no desembarque; amor e religião.

Para conhecê-la, ou a qualquer um, é preciso procurar as pessoas que a completaram; até mesmo os lugares. Estranhas afinidades que ela tinha com pessoas com quem nunca havia falado, algumas mulheres na rua, algum homem atrás de um balcão

ela acreditava (por todo seu ceticismo), que desde nossas aparições, a parte de nós que aparece, é tão momentânea em comparação com a outra, a parte invisível de nós, que se espalha, o invisível pode sobreviver, ser recuperada de alguma forma ligada a esta ou aquela pessoa, ou mesmo assombrando certos lugares após a morte... talvez.

e tendo assim adquirido o poder que falta aos jovens, de encurtar, de fazer o que se gosta, de não se importar com o que as pessoas dizem e de ir e vir sem grandes expectativas

Ele deveria ter ficado em casa e lido seu livro, pensou Peter Walsh; deveria ter ido a uma sala de música; deveria ter ficado em casa, pois não conhecia ninguém.

Estes círculos, disse ele, estavam acima dele. Mas ele gostava dela; respeitava-a, apesar de seu refinamento maldito e difícil da classe alta, o que tornava impossível pedir a Clarissa Dalloway que se sentasse de joelhos.

Sra. Dalloway era de longe a melhor das grandes damas que se interessavam por arte. Era estranho como ela era rigorosa. Sobre a música, ela era puramente impessoal. Ela era um pouco primitiva. Mas como era encantadora de se ver! Ela tornava sua casa tão agradável

Vivendo na selva como ela vivia, ela tinha uma curiosidade insaciável de saber quem eram as pessoas.

pois, admitiu, ela não sabia nada sobre eles, apenas tirava conclusões precipitadas, como se faz, pois o que se pode saber até das pessoas com quem se vive todos os dias? perguntou ela.

Desesperada pelas relações humanas (as pessoas eram tão difíceis), ela frequentemente entrava em seu jardim e recebia de suas flores uma paz que homens e mulheres nunca lhe davam.

Isso lembra muito um diálogo entre Jamie e Dani em Mansão Bly.