Governos burros acham que a economia não pode parar. Mas a economia é uma atividade que os humanos inventaram e que depende de nós. Se os humanos estão em risco, qualquer atividade humana deixa de ter importância.
No que concerne ao trecho aqui destacado, parece tratar-se de um argumentum ad passiones, o que se torna ainda mais evidente quando o transcrevemos em forma de silogismo:
Maior: Todas as atividades humanas deixam de ter importância quando os humanos estão em risco.
Menor: A economia é uma atividade humana.
Conclusão: Logo, a economia deixa de ter importância quando os humanos estão em risco.
Respondo, distinguindo o antecedente: “A economia deixa de ter importância quando os humanos estão em risco”, nego. Apenas as atividades humanas não essenciais cessam de fazer sentido quando os humanos estão em risco; contudo, a economia não é uma dessas atividades. Na verdade, muitas guerras e atrocidades são evitadas justamente em virtude da consideração dos efeitos que teriam sobre a economia.
Assim, o silogismo incorre em um vício de generalização indevida (ampliatio indebita) ao estender seu argumento a todas as atividades humanas. Para refutá-lo, basta encontrarmos uma atividade humana que, mesmo em situação de risco, se mantenha de vital importância: por exemplo, a agricultura, que não pode ser interrompida, sob pena de se criar um risco ainda maior à humanidade.
Obviamente, aqui; ignoro importâncias pessoais.
Quod erat demonstrandum.