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livros têm me oferecido visões de novos mundos diferentes daquele com o qual eu tinha mais familiaridade.
A socialização racista e sexista nos condicionou a desvalorizar nossa condição de mulher e a considerar raça como o único rótulo relevante de identificação.
O melhor da civilização não pode ser improvisado nem normalmente desenvolvido em um breve intervalo de trinta anos. Requer o demorado e doloroso crescimento das gerações.
A mulher branca pôde ao menos litigar por sua própria emancipação; as mulheres negras, duplamente escravizadas, não puderam mais do que sofrer e lutar e permanecer em silêncio.
ativistas negras não receberam o reconhecimento público dispensado aos líderes negros.
O que se iniciou como ativismo para libertar todas as pessoas negras da opressão racista se tornou um movimento cujo objetivo principal era estabelecer o patriarcado negro.
O fato de que a mulher negra era vítima de opressão sexista e racista era considerado insignificante, porque o sofrimento da mulher, por maior que fosse, não poderia preceder à dor dos homens.
Ignoram a realidade de que ser forte diante da opressão não é o mesmo que superá-la, que resistência não deve ser confundida com transformação.
Ninguém se preocupou em discutir como o sexismo atua tanto independentemente do racismo quanto simultaneamente a ele para nos oprimir.
Quando falam sobre pessoas negras, o sexismo milita contra o reconhecimento dos interesses das mulheres negras; quando falam sobre mulheres, o racismo milita contra o reconhecimento dos interesses de mulheres negras. Quando falam de pessoas negras, o foco tende a ser homens negros; e quando falam sobre mulheres, o foco tende a ser mulheres brancas.
pressupôs-se que, ao se assumir oprimida, uma pessoa se livra de ser opressora.
a luta para acabar com o racismo e a luta para acabar com o sexismo eram naturalmente interligadas, que separá-las seria o mesmo que negar uma verdade básica de nossa existência: raça e sexo são ambos facetas imutáveis da identidade humana.
Apesar de o foco ser a mulher negra, nossa luta pela libertação somente tem significado se acontecer dentro de um movimento feminista que tenha por objetivo fundamental a libertação de todas as pessoas.
Implícito nessa afirmação está o pressuposto de que o pior que pode acontecer a um homem é ser forçado a assumir o status social de uma mulher.
Ao confrontar a mulher negra como adversária em uma contenda sexual, o senhor a submeteria à forma mais elementar de terrorismo, especialmente adequada à mulher: estupro.
Uma vez que mulheres brancas representam um grupo sem poder, quando não aliado a homens brancos poderosos, o casamento delas com homens negros não é uma ameaça forte à regra patriarcal branca existente. Em nossa sociedade patriarcal, se uma mulher branca rica se casa com um homem negro, ela legalmente adota o status dele. Por conseguinte, uma mulher negra que casa com um homem branco adota o status dele;
se a maioria desse pequeno grupo de homens brancos, que dominam corpos formadores de opinião na sociedade estadunidense, fosse se casar com mulheres negras, as bases do poder branco estariam ameaçadas.
os colonizadores são capazes de distorcer a realidade dos colonizados de forma que estes aceitem conceitos que, na verdade, fazem mais mal do que bem a eles.
A partir de seus escritos e discursos, fica claro que a maioria dos ativistas políticos negros dos anos 1960 viu o movimento de libertação negra como um ativismo para ganhar reconhecimento e apoio para um patriarcado negro que surgia.
Racismo sempre foi uma força que separa homens negros de homens brancos, e sexismo tem sido uma força que une os dois grupos.
Apesar da realidade de que mulheres brancas de classe alta e média sofrem discriminação e abuso sexistas, como grupo elas não são tão oprimidas quanto as mulheres brancas, negras ou amarelas pobres.
nem toda mulher é igualmente oprimida, porque algumas mulheres podem usar sua classe, raça e privilégio de educação para efetivamente resistir à opressão sexista.
status e poder não são conferidos por meio do trabalho
Ao mesmo tempo que o trabalho não diminui a importância de as mulheres resistirem à opressão sexista, entrando para o mercado de trabalho, ele não tem sido força libertadora
Não se pode falar sobre direitos das mulheres até incluirmos todas as mulheres. Quando você nega direitos a uma mulher, você nega a todas.
o patriarcado branco não passa por mudanças radicais em seu pressuposto sexista de que a mulher é inferior por natureza. Ele não abandona sua posição de dominador nem altera a estrutura patriarcal da sociedade.
Mulheres liberacionistas, brancas e negras, sempre estarão em desacordo, enquanto nossa ideia de libertação for baseada em ter o poder que homens brancos têm, uma vez que esse poder nega unidade, nega conexões em comum e é, por natureza, uma força que divide.
Até mesmo a mais desinformada e ingênua liberacionista sabe que sororidade como ligação política entre mulheres é necessária para a revolução feminista,
A sororidade que é necessária para fazer uma revolução feminista somente poderá ser alcançada quando todas as mulheres se separarem da hostilidade, inveja e competição entre elas, que têm nos mantido vulneráveis, fracas e incapazes de visionar novas realidades.
Tudo o que alego é que existe um lado feminino, assim como um masculino, para a verdade; que eles se relacionam não como inferior e superior, não como melhor e pior, não como mais fraco e mais forte, mas como complementos – complementos em um todo necessário e simétrico.
Uma ideologia feminista que pronuncia uma retórica radical sobre resistência e revolução enquanto está ativa na busca por estabelecer-se dentro do sistema patriarcal capitalista é essencialmente corrupta.
Ensinar as mulheres a se defender contra estupradores não é o mesmo que trabalhar para mudar a sociedade de forma que os homens não estuprem.
Nós defendemos nossa posição em relação à solidariedade da humanidade, à unicidade da vida e à noção de que todos os favoritismos, seja por sexo, raça, país ou condição, não são naturais, são injustos.
É a liberdade para decidir o próprio destino dela; é a libertação do papel determinado pelo sexo; a libertação das restrições opressivas da sociedade; a liberdade para expressar seus pensamentos por completo e convertê-los livremente em ações. O feminismo exige a aceitação do direito da mulher em consciência e julgamento individual. Postula que o valor essencial da mulher tenha origem em sua humanidade comum e não dependa de outros relacionamentos da vida dela.
é um compromisso para erradicar a ideologia de dominação que permeia a cultura ocidental em vários níveis – sexo, raça e classe social, para citar alguns