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— Não tá mostrando muito as suas costas? — O mais velho fez uma careta. — Tá ótimo. — Daniel balançou a cabeça, mas engoliu em seco quando Marcos lhe dirigiu um olhar quase acusatório. — Com todo o respeito, é claro. — Não fique até tarde na rua, e se alimente direito — Marcos instruiu. — Eu me pergunto se você se esqueceu que eu tenho vinte e cinco anos… — Mas tá com o Daniel.
Fazia com que ele quisesse enfiar a língua na boca dela. Educadamente, é claro.
— Eu achava que o Ivan me odiava, aí ele me chupou depois de uma corrida — Bruno disse como se não fosse absolutamente nada. — Agora estamos quase casados, e eu ainda me pergunto se ele me odeia de vez em quando, mas você entendeu.
— Olha, você tem todo esse charmezinho de galã do futebol, músculos e tudo mais. Use-o pra alguma coisa. — Tentei. — Seja romântico. — É, eu também tentei. — Então desista. — Obrigado, era o empurrão de segurança que eu precisava.
Bruno revirou os olhos, parando ao ver Ivan e Mariana conversando animadamente em uma mesa enquanto comiam. Eles pareciam conhecer-se há anos, como se estivessem apenas colocando a conversa em dia. — Olhe, o Ivan gostou dela. Tá aprovada. — Você tinha que aprovar algo? — É claro, sou seu responsável ilegal.
Após sua quinta taça de champanhe na festa de aniversário de Bruno Campos, Mariana ficou descontraída o suficiente para chamá-lo de Dani, o que era novo — e cômico. Ela não estava bêbada, porque se recusou a beber demais perto dele, mas estava… levemente alterada — ele soube disso quando Mariana cantou VSF do Jão enquanto o olhava —,
Ta. Primeiro, tem certeza q ela n ta bebada? Quer dizer ela n ta caindo de bebada mas ta quase. Segundo, vai se foder jão?
E que ele queria muito que aquilo continuasse. Mariana parecia querer o mesmo, porque, no momento em que ele apertou os dedos em sua cintura e a puxou para mais perto, aproximando, também, ainda mais seus corpos, ela puxou levemente um punhado do seu cabelo. Daniel queria mais. O que era muito nítido para ele antes daquilo, tornou-se ainda mais óbvio naquele instante. Talvez fosse apenas o efeito de semanas sem tocar em alguém daquele jeito deixando tudo um pouco mais intenso, também. Mas ele não queria saber. O suspiro que escapou da boca da morena quando suas costas bateram contra a parede
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— Você queria beijar ele. Ela revirou os olhos. — Vocês todos são muito dramáticos, talvez eu só quisesse beijar um cara gostoso. E tá tudo bem, sabe. — Você. Odeia. Ele — o platinado lembrou, pausadamente. — Não preciso odiar o corpo dele também. — Mariana deu de ombros, puxando o livro da faculdade novamente para si. — E, se ele quiser ir além, também estarei aberta. Literalmente. — Perdi a minha melhor amiga
— Você e Paulo. — A morena se levantou. — Vocês parecem achar que eu sou, sei lá, besta. Se eu achasse que alguém vai me machucar de verdade, eu me afastaria. — Não é isso. — O platinado suspirou, seguindo-a até a cozinha. — Mas vocês se aproximaram muito. Você se apegou a ele, e nem tem como dizer que não. E mesmo que seja mútuo, ele não é… — Não fale mal dele — ela o interrompeu antes que pudesse continuar. Fernando imediatamente ergueu uma sobrancelha na sua direção. — Ah, meu Deus. Você tá defendendo ele. — Ele é meu amigo!
— Certo, tipo — ele limpou a garganta, e havia um sorriso nervoso em seu rosto. — Eu sei que não é grande coisa de verdade, mas é o nosso, sabe, aniversário. E nós não comemoramos direito esse tipo de coisa antes, então pensei que seria legal agora. — Mas… — Só um segundo — ele pediu, erguendo um dedo no ar. — Apesar de não ter começado de um jeito legal, nesse tempo em que nós estamos vivendo tudo isso, você me ajudou. Muito, e de várias formas. Mesmo quando me xingou por dez minutos seguidos, tudo isso foi bom pra mim. E eu não sou a melhor pessoa do mundo, mas sei que sou melhor do que
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— O acidente dilacerou William. Foi repentino e… nem acho que brusco seja a palavra correta. Foi violento. Tirou tudo o que ele mais amava, tirou o sonho dele, que ainda estava em seu auge. — Filippe desviou o olhar para Daniel, desta vez, que ainda conversava com a assessoria no telefone. — Acredito que cada um seja como uma casa, ela é decorada, bonita, mas toda a bagunça, toda a merda e a teia de aranha está no porão.
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Em silêncio, após um respiro longo, Mariana relaxou sob o braço de Daniel em seus ombros. Ela poderia tentar amar todos os lados dele, se tivesse a chance.
— Seu namorado é um porre. — Ele tem um charme. — Mariana deu de ombros, bebendo mais um gole do café. O ruivo ergueu uma sobrancelha. — Perdão, eu escutei direitinho? Você elogiou o William?
— Você é… Daniel não conseguiu completar. Bonita pra caralho. Um desafio para a minha sanidade. Incrível. Era uma lista longa.
Pela primeira vez, em muito tempo, as coisas pareciam estar tomando o seu lugar. As coisas dentro de Daniel.
Daniel a puxou pela camiseta que lhe pertencia e era duas vezes maior que ela para o que parecia ser o centésimo beijo do dia. É, ele poderia mesmo se acostumar com aquilo.
— Porque eu te amo, porra! —
— Quero o melhor para ela. — Eu sei. Daniel queria ser o melhor. Ele queria pra caralho.
Mariana deveria esperar que tudo desse errado. Quando foi que algo tinha dado plenamente certo em sua vida?
— A tradicional é a melhor — uma voz disse, pouco atrás dela. Não qualquer voz. Ela reconheceria aquele timbre em qualquer lugar do mundo. Mariana engoliu em seco ao ver Daniel passando por ela para fazer o próprio prato.
— Metanoia.
— No seu aniversário você me falou essa palavra. Eu não sei o que é até hoje —
— O que é? — Daniel tornou a perguntar, embora seu olhar não estivesse no casal. Estava nela.
— Não nos falamos. Quer dizer, eu falei com ela, mas ela não respondeu. — O que você disse? — Que a torta de chocolate tradicional era a melhor entre as opções do café da manhã. — Uma risada não muito alegre escapou do loiro, que respirou fundo. — Eu nem sei por que disse isso, é que… eu a vi lá, e foi impossível me conter. Mariana… ela tem isso. Ela puxa todos ao seu redor, pra sua órbita. Porque ela é verdadeira, ela é alegre, leve. Não tem como não querer se aproximar. E ela estava tão linda, merda. Não só na cerimônia, sabe. Mariana consegue ser a pessoa mais bonita em um lugar sem
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— Você se arrepende de deixá-la ir, William?
— Não. — Por quê? — Porque Mariana desistiria de tudo pra ficar do meu lado. E ela não tem tempo pra lidar comigo.
— E do que você se arrepende? — De tê-la deixado ir pensando que eu não a amava. — Amava? Daniel grunhiu, passando as mãos pelo rosto. — Amo. Não importa, não vai mudar nada. — Acho que muda muita coisa, William. Você parece perfeitamente bem para mim, principalmente fisicamente.
— Pode, realmente. Mas vai deixar de viver com a pessoa que você gosta por estar esperando o pior? Não apenas com Mariana, na verdade. Com todos. Daniel engoliu em seco. Fazia sentido. Fazia muito, muito sentido. — Ela não me aceitaria de volta, então não adianta muita coisa agora. — Está tentando prever o futuro mais uma vez, William.
— Você é um homem de negócios agora, William — Lúcia observou. — Se sente como um? — Às vezes. — O que falta? Ele suspirou, passando as mãos pelo cabelo mais uma vez. — As pessoas com quem eu me importo comigo. — Você as afastou. — A mulher sentou-se novamente na poltrona à sua frente. — Por quê? — Você sabe. Acho que você me entende melhor do que eu. — Qual seria a graça se eu te desse todas as respostas? — ela sorriu. Daniel bufou. — Não gosto da ideia de fazer tudo certo se posso acabar ferrando com tudo uma hora ou outra, seria decepcionante. Prefiro… preferia cortar isso pela raiz. — Você
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— Querido, precisa parar de ter medo das pessoas. Você já aprendeu o que precisa fazer em si mesmo para lidar com elas, mas de que adianta se não tem ninguém por perto de verdade?
— Não tenho medo das pessoas. — Medo de si mesmo — ela concluiu, dando de ombros. — Da reação das pessoas diante de você. Tanto faz.
— As pessoas são momentos, Daniel. E eu não tenho todo o conhecimento do mundo, mas acredito que o de vocês possa ser agora.
— O que você quer? — Fernando! — sua mãe o repreendeu, ao seu lado. — Não se fala assim com um cliente! — Relaxa, eu o conheço. É um animal também. — Adoro recepções calorosas — Daniel ironizou. — E aí. — Tenho uma consulta daqui cinco minutos, seja rápido.
— Há quanto tempo você não vê a Mari? Fernando franziu ainda mais o cenho, se é que ainda era possível. — Por que você quer saber? — Desde que ela foi embora, não é? — Não é da sua conta. — Quer ir pra Itália? — Que papo é esse? — O platinado cruzou os braços, claramente desconfiado. — Não vou pedir pra ela voltar pra você, se é o que vai falar. — Meu Deus, não. — Daniel fez uma careta. — Por que você me odeia tanto?
— Tá, entendi. — O loiro bufou, suspirando. — Só quero fazer algo, mas preciso da sua ajuda também. — Por que eu faria isso? — Porque você ama muito ela e quer vê-la feliz?! — Mas eu odeio você, temos um impasse.
— Olha só, eu sei que eu fiz merda. Várias vezes, mas, depois de cada uma, eu fazia o meu máximo pra melhorar. Eu sei que a última vez foi a pior, e foi um dos motivos para que eu escolhesse mantê-la longe. Porque eu estava cansado de fazer merda. Então se eu estou aqui agora te pedindo pra me ajudar, é porque eu realmente acho, genuinamente, verdadeiramente, que eu consigo fazer a pessoa que eu amo pra caralho feliz. Sem novos problemas.
— Oi. Mariana apenas o abraçou. Passou os braços ao redor do seu pescoço e o puxou para perto em um braço.
— Ele beija bem? Sempre quis perguntar, mas eu não sabia se podia… — Cassie continuou, apesar do olhar repreendedor de Izzie. — Nossa, como ele é naquelas horas? Minha irmã diz que ele parece gostar de BDSM. Ele tem mãos grandes…