Deixem-me lá escrever algumas sentenças sobre a amizade.
Não se pode pedir amizade. Mas pode-se aceitar amizade.
A amizade exige a aprendizagem do silêncio na presença do outro.
No outro amor o bom silêncio é uma consequência de uma espécie de paz, que alguns chamam felicidade.
Toda a amizade é desinteressada, os favores são espontâneos e não têm conta corrente.
A verdadeira amizade não exige presença, muito menos imposição física, mas o amigo real nunca adia uma pulsão de contacto e sabe ler os constrangimentos.
O amigo nunca pesa, a amizade é um objecto leve, quântico.
Os amigos nunca são numerosos, porque saber sê-lo é uma das mais raras virtudes animais. E pode-se ficar muito amigo de alguém num só dia, mais do que de muitos numa vida inteira. Precisamente por uma espécie de osmose ou leitura química dessa virtude.
PG-M 2015
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Published on June 11, 2015 15:36