Os críticos na «Twilight Zone»
Já há muito que acho que há imensos críticos, sejam eles literários ou de cinema (aqueles com quem mais lido), que não têm em conta o objetivo da obra que dissecam nem o público a que se dirige. Encaram cada obra como se fosse, ou devesse ser, um Rolls-Royce, mas esquecem que o que por aí mais circula são Clios, Corsas, e outros que tal. Os «críticos» de automóveis, parece-me a mim, são em geral mais abertos. Por exemplo, há uns anos o Renault Clio foi eleito o melhor carro do ano, deixando para trás modelos da BMW. Parece estranho, mas vendo bem qual é que cumpriu melhor o seu propósito tendo em conta necessidades do público a que se dirigia?Por isso é que gostaria que houvesse mais críticos que lessem e vissem os filmes mais «populares», para me sentir melhor informado e para não ter a noção, que não me larga há muito, de que eles escrevem uns para os outros, ou para o umbigo, e não para o público em geral.
Os nossos críticos gostariam de ver as nossas estradas povoadas apenas por Rolls Royces, se bem que, acho eu, até neste carros encontrariam algo para deitar abaixo. A regra parece ser: o que toda a gente gosta eu não posso gostar. Sabedoria e conhecimento implicam descobrir e apreciar algo que poucos conheçam e não saibam, ou não consigam, apreciar.
Gostava que às vezes descessem à Terra. A ver pela amostra, afinal não serão apenas os governantes a viver numa dimensão paralela.


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