O trágico dia em que quase decapitei minha própria piroca
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.”
Provérbios 16:18
Esta é uma ilustre passagem bíblica que consta como um dos raros conselhos bíblicos com valor objetivamente verificável. E não é a toa, porque ela foi escrita por um cara que tinha um harém de 1000 mulheres. Alguma coisa ele deveria manjar mais que eu e você!
E ainda tem quem tente me convencer que putaria é pecado, porra?! Salomão era um verdadeiro herói bíblico, autor de diversos livros bíblicos (incluindo um que trata explicitamente de putarias, galera do Concílio de Nicéia tá de parabéns!), que falava com Deus diretamente como broder e tudo, e ao mesmo tempo estava enfiando quilômetros de estrovenga em um milhar de mulher (um mulhar™)!
Aí se eu vou no PornHub com intenções plenamente científicas, e vejo UM filmezinho só, EU que sou um pecador?! Tá fundamentalmente errado isso aí.
Mas voltando ao assunto do post…
Como comentei recentemente aqui no site, mudei de carreira há um ano, e com essa mudança de patamar financeiro vieram algumas melhorias de lifestyle — como um carro novo, roupas mais elegantes, saídas mais frequentes a restaurantes, etc.
E em matéria de roupa, adotei há alguns meses um pequeno mimo — cuecas de seda, particularmente as da Brooks Brothers. “Minha piroca merece o melhor“, eu disparei arrogantemente no Twitter uma vez. E é até um pouco exclusivista, porque minhas bolas também se beneficiam do suave toque da seda contra o saco escrotal. Se depender da minha carteira, minha pele genital sentirá nada menos do que o melhor.
HBD: o site da família brasileira.
Lembra daquela passagem bíblica lá em cima, sobre se gabar de alguma coisa e aquilo eventualmente simbolizar a sua desgraça? Então. Este é um conto de soberba e queda. Hoje me arrependo das minhas cuecas de seda, e aprendi essa dolorosa (literalmente) lição da pior forma imaginável.
Ah, e tem outra coisa que você precisa lembrar antes deu entrar na história:
De forma incongruente com minha recém escalada socio-financeira, eu tenho um apego incomum com roupas rasgadas. Não pra sair na rua né, pelo amor do Jesus Bird: exerço esse apego quando estou de bobeira em casa.
Camiseta rasgada, calça furada, e especialmente cuecas com buracos. Aliás, tenho algumas cuecas aqui que tem TANTO buraco que não sei se elas ainda se categorizam como uma peça de roupa. Tem mais buraco que pano nelas.
E faço isso ostensivamente pra irritar minha esposa, que já tentou frustradamente em algumas ocasiões aumentar os buracos nessas peças — como se isso fosse me forçar a abandonar seu uso! Mal sabe ela que se sobrasse apenas a gola da minha camiseta comemorativa do lançamento do PS3, eu continuaria usando-a ao redor do pescoço orgulhosamente.
Você talvez já esteja prevendo o que aconteceu.
Pois bem. Um belo dia eu vou dormir aquele sono profundo dos juntos e elejo como protetora da minha genitália uma cueca de seda azul com desenhinhos de âncoras (?). Dou um beijo na patroa, fuço um pouco na internet no celular, e deito-me.
Acordei desnorteado lá pras 3 da manhã. A maioria dos meus plantões começam às 5:30 da matina, então eu estou bastante acostumado a acordar cedo. Só que havia algo de errado dessa vez.
Algo profundamente errado.
Eu sentia uma dor agudíssima, latejante, bem na base da estrovenga.
Naquele estado semi-consciente do recém acordar, eu não estava entendendo nem de ONDE a dor estava vindo. Havia um claro desconforto, mas eu ainda não havia localizado sua origem. Demorou uns 3 ou 4 segundos pra entender o que estava acontecendo.
Essa minha cueca de seda azul com desenhinhos de âncoras tinha um buraco bem na virilha. Durante a noite, meu instrumento passou pelo buraco (algo que sempre me diverte quando acontece se estou consciente, por motivos imbecis que não sei nem explicar). Se estou esparramado no sofá assistindo TV e a jorumalha salta pra fora casualmente, tento de toda forma chamar atenção da minha esposa a este fato.
“Opa, você viu esse novo vídeo viral?”
“Nem, qual?”
“Esse aqui”
*seguro o iPhone na altura da virilha*
*ela nota a vergalha pegando um ar livre*
*ela olha de novo pra mim, e minha expressão é basicamente esta*
Então. O que aconteceu é que enquanto eu dormir, a trosoba passou pelo buraco na cueca, e em seguida sofreu um processo de vascularização.
Em minha defesa, até onde consigo lembrar, não estava sonhando com nenhuma imoralidade. De repente se encher de sangue é um mecanismo de defesa da minha rola quando detecta que está em perigo, complicando mais ainda a situação — assim como um alérgico sofrendo um choque anafilático, ou anarolático se você parar pra pensar.
Quando finalmente caiu a ficha, comecei a me desesperar. Empurrar o pau de volta pelo buraco era impossível. Tentei puxar a cueca pra frente, e ela mal se moveu: meu membro estava perfeitamente “vedado” pela seda, se duvidar nem água passava. Também não dava nem pra enfiar os dedos no buraco; não havia folga nem de um átomo.
A dor começava a aumentar. Comecei a me debater na cama, enquando olhava pros lados procurando algum instrumento cortante. Nisso minha esposa acorda, perguntando que putaria é esta. Meu sistema nervoso central, completamente afogado em impulsos de dor, só conseguia verbalizar duas singelas palavras:
“MEU PAU!!!!! MEU PAU!!!!!!!!!”
O desespero era total e completo. Sabe aquela anedota do cara que está com o pau preso na porta de um prédio em chamas, com uma faca na mão, em plena agonia? Não sabe? Bom, meus amigos de escola eram claramente mais criativos que os seus. Enfim, eu estava na situação daquele homem fictício da piada.
Esperar que a ereção passasse era fora de cogitação — como em qualquer situação de emergência grave, tempo é um luxo que eu não tinha. E se a ereção cedesse um pouco, mas logo em seguida eu pensasse naquele mega-harém de Salomão de novo? Na minha imaginação não seria lá tão anacrônico se alguma daquelas concunbinas estivessem vestidas de colegial, com cinta liga e tal. Aí foderia tudo de novo.
Não havia nenhuma outra opção. Sair correndo pela casa procurando uma tesoura requeriria tempo e coordenação motora que eu já não tinha mais naquele estágio de plena ansiedade. Vi o projecioinista preparar os rolos, que é o que você vê antes de ver a sua vida passar diante dos meus olhos.
Tal qual a mulher que canaliza força sobrehumana pra levantar o carro de cima do seu filho (um desperdício de super força aliás, o que esse moleque tava fazendo em baixo de um carro porra? Darwin vai acabar pegando-o mais tarde de outra forma), enfiei um dedo no buraco e puxei.
Se você já tentou rasgar seda, ainda mais durante uma situação de extrema dor peniana e confusão mental (acho que eu já estava até lacrimejando a essa hora), deve saber que seda é um material extremamente inflexível e difícil de rasgar. Alguns têxteis tem algum nível de elasticidade; se não rasgam, ao menos deformam quando você os puxa. e assim liberam o pênis do pobre coitado (eu tenho certeza que essa frase nunca foi dita antes na história da língua portuguesa). Uma cueca de algodão, por exemplo, reagiria dessa forma se eu a puxasse.
Mas como minha piroca seria capaz de testemunhar em juízo, seda é extremamente implacável. Foi necessário então enfiar um segundo dedo pelo buraco (já vi um pornô de tripla penetração anal e a imagem era bem similar, com a adição dos desenhos das âncoras), comprimindo ainda mais a coitada, pra finalmente rasgar a parada.
Finalmente, a cueca cedeu. Com a dor passando e meus processos cognitivos retornando, levantei e acendi a luz pra conferir o dano.
Havia uma clara linha circunferenciando meu pinto e assim denunciando o abuso sofrido por ele. Uma linha do Equador, ou do EuComAdor(nopau) se você parar pra pensar.
Na manha seguinte a linha ainda não havia sumido por completo. Pensei em ir pro médico averiguar a possibilidade de danos ou sequelas, mas eu morreria de vergonha de ter que explicar essa história pra alguém (Deus me livre se alguém ficar sabendo disso) então nem fui.
Ah, e eu picotei a cueca toda, e em seguida toda e qualquer cueca com buracos. Uma lição aprendida pra vida inteira: nunca use cuecas com buracos.
Eu tenho um dom especial pra me foder sem fazer nada. Uma vez desloquei o ombro dormindo, e em outra ocasião fui parar no hospital arrumando minha cama.

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