A hipocrisia de João César das Neves

Na sua crónica, no DN de18-11-2013, denominada "Ano da Fé", o católico praticante João César das Neves afirma devotamente:  "Não há felicidade maior do que saber que Deus, o Deus supremo, sublime, transcendente, que fez o céu e a terra, se entregou à morte para me salvar. A mim pessoalmente.". E a meio de um longo acto de contrição pelos seus pecados, acrescenta: "Eu, no medíocre quotidiano, continuo a mesma mesquinha criatura que sempre fui.". Bom, do mal o menos, pois João César das Neves reconhece a sua mesquinha natureza, porque sendo professor universitário e economista, não se pode desculpar com a ignorância, quando tece considerações como as que lhe temos ouvido nos media, sobre os pobres, os desempregados e pensionistas do seu país, de que cito alguns exemplos: O economista considera que baixar a idade da reforma seria "suicida”. João Cèsar das Neves defende que aumentar o salário mínimo "é estragar a vida aos pobres".   "A taxa de desemprego das pessoas sem formação aumentou em Portugal nos últimos tempos. Subir o salário mínimo, ou seja, tornar mais caro esse trabalho, seria a pior maneira de ajudar essas pessoas", declarou João César das Neves em entrevista ao DN/TSF. O professor mostrou-se a favor do aumento da idade da reforma. "S e as pessoas vivem mais tempo, em melhores condições, é estúpido baixar a idade da reforma, é suicida”, explicou.  O economista considera ainda que "uma das piores coisas que está a acontecer em Portugal é haver uma data de gente a falar de pobres que não são pobres e que, em nome dos pobres, querem defender o seu".  "A maior parte dos pensionistas não são pobres e estão a fingir que são pobres. E dos verdadeiros pobres ninguém fala ou, quando fala, é para dar direitos a todos os outros”, acrescentou.  Lamento que um católico tão fervoroso na sua crença,  como é João César das Neves, não siga os ensinamentos do Cristo (que morreu por ele!) ou, nem sequer, nos nossos dias, o exemplo do Papa Francisco, e em vez de se solidarizar com a miséria da maioria dos seus concidadãos, antes os apode de fraudulentos, oportunistas e mentirosos.

Contudo, tal como existem vigaristas em todas as categorias e estratos de qualquer sociedade do mundo, capazes de fingir que são pobres para terem proveitos indevidos, também neles pululam os  hipócritas, os tartufos de barriga cheia e sem um pingo de consciência ou generosidade pelo sofrimento alheio. 
"Vade retro", Satanás! - digo eu que não sou crente, mas porque me sinto indignada.

  
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Published on November 19, 2013 08:31
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