Na semana passada vivi um daqueles momentos que ninguém quer viver: perder alguém que significa mais do que consigo explicar.
Eu sei que não me devia referir a um animal de estimação com "alguém", mas para mim era alguém.
Como filha única, ela foi como uma irmã mais nova que nunca cresceu, nunca aprendeu a falar, mas conseguiu sempre fazer-se perceber, fazer-me rir de parvoíces, mesmo quando eu pensava que não conseguia rir, mesmo quando a minha camisola preferida era transformada numa cama de pêlos. Ela ensinou-me a ser responsável, a preocupar-me, a cuidar… só não a mentir suficientemente bem aos meus pais para encobrir mais uma destruição controlada de um cortinado… infelizmente para ela...
Durante anos, ela foi tudo isto para mim, e saber que não existe mais, que quando voltar a casa no Natal ela não vais estar lá, parte-me o coração.
Os dias passaram, o tempo fez o seu milagre da dormência, e hoje já estou a conseguir escrever sobre ela sem lágrimas nos olhos, apenas com o aperto vazio da saudade.
Nestes dias, aprendi mais uma coisa sobre a escrita.
Aprendi que há uma coisa que apaga a luz da inspiração, a vontade de escrever e não há nada que a vença enquanto vive em mim. Tristeza.
Liliana
Published on October 25, 2012 00:46
E porque é que não havia de dizer "alguém" para a sua gatinha? Os animais sentem, amam-nos incondicionalmente e frequentemente dão-nos lições de dedicação, pureza de intenções e de amor incomdicional.
Publiquei este seu post no FB e no Twitter.
Um abraço,
Maria Carmo
PS - se quiser, actualizei o meu blogue e poderá deixar um comentário?