
Em abstrato, tenho dificuldade em aceitar a opção do Governo pela obrigação de investimento anual no financiamento de obras nacionais, imposta às estações privadas de televisão na nova Lei do Cinema e Audiovisual. Primeiro porque o mercado ou é liberal, ou é estatizado, não podendo ser metade de cada coisa (e sempre a metade que mais convém ao Estado). Depois porque um país não pode ser gerido apesar dele próprio e, estando o setor dos media como está, sobrecarregar os seus players é um risco. Em concreto, porém, não apenas compreendo, como até posso aplaudir a opção. Isto, naturalmente, se a atual sobrecarga efetivamente visar aquilo que eu tenho esperança que vise: compensar o erário público pela manutenção, durante pelo menos mais alguns anos, da posse da RTP1. Enquanto o primeiro canal da estação pública permanecer ele próprio público, imposições desta natureza são amendoins. E a SIC e a TVI, embora obrigadas a jogar em todos os tabuleiros ao mesmo tempo, podem ter toda a vantagem em assumir a derrota nos menos significativos./DN
Published on June 14, 2012 15:38