O Olho que Tudo V�� (1�� parte)
Veneza, Carnaval de 1800.
As ruas e canais enchem-se de cor e foli��es mascarados. M��sica e gargalhadas ecoam pelas vielas estreitas e escuras da Eterna Seren��ssima. A alegria �� rapidamente oprimida pela m��o pesada das tropas invasoras napole��nicas. Alguns tiros s��o disparados. Ouvem-se gritos. A multid��o festiva dispersa, evitando as deten����es.
No meio do tumulto gerado, um homem esgueira-se por uma ponte e sobe para uma g��ndola que o aguardava do outro lado do canal. Paga ao gondoleiro e este cond��-lo em sil��ncio pelas ��guas da cidade que adormece lentamente.
A g��ndola chega ao seu destino e o homem misterioso, sem uma palavra de despedida, salta para a margem e dirige-se a uma porta fechada de uma velha moradia. Bate-lhe com o toque secreto que lhe foi segredado de manh�� no mercado em frente �� catedral de S��o Marcos. A porta abre-se e d��-lhe passagem para o interior.
Um mordomo mascarado recebe-o com um archote e guia-o por uma escadaria em espiral que desce at�� ��s catacumbas mais profundas e antigas de Veneza. �� sua espera, encontra-se um grupo de homens bem vestidos, mascarados e de apar��ncia aristocr��tica.
- S�� bem-vindo, confrade! Trazeis o artefacto?
- Sim, a expedi����o ao Egipto foi um ��xito! Consegui encontr��-lo dentro da m��mia do sacerdote n��bio Akothep.
- ��ptimo! Temos que nos despachar, antes que as tropas de Napole��o nos encontrem.
A irmandade secreta n��o perde mais tempo, forma um c��rculo �� volta do artefacto e d��o in��cio ao ritual.
Alguns minutos depois, a catacumba ilumina-se por uma cor fosforescente e uma porta inter-dimensional abre-se a partir do artefacto.
- A passagem est�� aberta! Parti, caro irm��o, e que os mestres vos concedam triunfo. O nosso futuro depende do vosso sucesso.
O homem misterioso despede-se dos companheiros e, sem hesitar, atravessa o portal.
Do outro lado, encontra uma floresta luxuriante repleta de seres vivos que ele apenas conhecia do registo f��ssil. Mas o seu fasc��nio depressa �� suplantado por uma constata����o grave: n��o consegue respirar!
Tenta dominar o p��nico mas acaba por desfalecer.
Os sentidos regressam lentamente e o homem misterioso desperta para a vida. Leva as m��os �� cara e sente que esta est�� protegida por uma m��scara estranha de vidro.
- �� uma m��scara de oxig��nio. Se fosse a ti, n��o a tirava, pois o ar deste s��tio ��-nos t��xico. - responde-lhe um desconhecido com o rosto tapado por uma m��scara igual �� sua.��� Na ��poca em que foste enviado era-vos imposs��vel saber que a atmosfera neste per��odo pr��-hist��rico nos �� irrespir��vel, por isso, os mestres da nossa ordem, no teu futuro, acharam por bem enviar-me com a tecnologia necess��ria para te assistir na tua importante miss��o.
- Toma. ��� continuou o homem do futuro. ��� �� uma pistola de plasma. Liberta descargas el��ctricas, como se fosses Zeus em pessoa.
O homem oitocentista olha para a arma simples que se assemelha a um bast��o curto com um bot��o a servir de gatilho.
- Agora temos que nos despachar, est�� quase na hora. ��� informa o homem do futuro com um tom imperativo.
Sem mais palavras, os dois membros da ordem secreta correm pela floresta densa do Cret��cico, rumo ao seu destino.
Chegam por fim �� borda de um precip��cio que se abre sobre uma cratera profunda. V��rias cataratas enchem o seu fundo com um lago cristalino, formando uma paisagem de cortar a respira����o.
A pairar no ar sobre o espelho de ��gua, est�� uma pir��mide colossal constru��da de metal e pedra talhada, coroada por um olho radiante como uma estrela.
- O Olho que tudo v��! ��� exclama o homem oitocentista.
Os dois fitam hipnotizados o olhar supremo da pir��mide.
De imediato, s��o inundados por uma torrente de imagens, tudo aquilo que foi, que �� e um dia ser��, condensados num instante estonteante. Todos os fluxos temporais do cosmos confluem para aquele momento. O homem oitocentista confirma a gravidade da sua miss��o. Tudo depende dele. N��o pode falhar.
Um uivo cacarejado arranca-os de volta ao tempo presente. Ouvem-se v��rios outros uivos em resposta ao primeiro, lan��ando o p��nico esvoa��ante na floresta circundante. Os instintos de sobreviv��ncia disparam, est��o em risco de vida.
Continua.
As ruas e canais enchem-se de cor e foli��es mascarados. M��sica e gargalhadas ecoam pelas vielas estreitas e escuras da Eterna Seren��ssima. A alegria �� rapidamente oprimida pela m��o pesada das tropas invasoras napole��nicas. Alguns tiros s��o disparados. Ouvem-se gritos. A multid��o festiva dispersa, evitando as deten����es.
No meio do tumulto gerado, um homem esgueira-se por uma ponte e sobe para uma g��ndola que o aguardava do outro lado do canal. Paga ao gondoleiro e este cond��-lo em sil��ncio pelas ��guas da cidade que adormece lentamente.
A g��ndola chega ao seu destino e o homem misterioso, sem uma palavra de despedida, salta para a margem e dirige-se a uma porta fechada de uma velha moradia. Bate-lhe com o toque secreto que lhe foi segredado de manh�� no mercado em frente �� catedral de S��o Marcos. A porta abre-se e d��-lhe passagem para o interior.
Um mordomo mascarado recebe-o com um archote e guia-o por uma escadaria em espiral que desce at�� ��s catacumbas mais profundas e antigas de Veneza. �� sua espera, encontra-se um grupo de homens bem vestidos, mascarados e de apar��ncia aristocr��tica.
- S�� bem-vindo, confrade! Trazeis o artefacto?
- Sim, a expedi����o ao Egipto foi um ��xito! Consegui encontr��-lo dentro da m��mia do sacerdote n��bio Akothep.
- ��ptimo! Temos que nos despachar, antes que as tropas de Napole��o nos encontrem.
A irmandade secreta n��o perde mais tempo, forma um c��rculo �� volta do artefacto e d��o in��cio ao ritual.
Alguns minutos depois, a catacumba ilumina-se por uma cor fosforescente e uma porta inter-dimensional abre-se a partir do artefacto.
- A passagem est�� aberta! Parti, caro irm��o, e que os mestres vos concedam triunfo. O nosso futuro depende do vosso sucesso.
O homem misterioso despede-se dos companheiros e, sem hesitar, atravessa o portal.
Do outro lado, encontra uma floresta luxuriante repleta de seres vivos que ele apenas conhecia do registo f��ssil. Mas o seu fasc��nio depressa �� suplantado por uma constata����o grave: n��o consegue respirar!
Tenta dominar o p��nico mas acaba por desfalecer.
Os sentidos regressam lentamente e o homem misterioso desperta para a vida. Leva as m��os �� cara e sente que esta est�� protegida por uma m��scara estranha de vidro.
- �� uma m��scara de oxig��nio. Se fosse a ti, n��o a tirava, pois o ar deste s��tio ��-nos t��xico. - responde-lhe um desconhecido com o rosto tapado por uma m��scara igual �� sua.��� Na ��poca em que foste enviado era-vos imposs��vel saber que a atmosfera neste per��odo pr��-hist��rico nos �� irrespir��vel, por isso, os mestres da nossa ordem, no teu futuro, acharam por bem enviar-me com a tecnologia necess��ria para te assistir na tua importante miss��o.
- Toma. ��� continuou o homem do futuro. ��� �� uma pistola de plasma. Liberta descargas el��ctricas, como se fosses Zeus em pessoa.
O homem oitocentista olha para a arma simples que se assemelha a um bast��o curto com um bot��o a servir de gatilho.
- Agora temos que nos despachar, est�� quase na hora. ��� informa o homem do futuro com um tom imperativo.
Sem mais palavras, os dois membros da ordem secreta correm pela floresta densa do Cret��cico, rumo ao seu destino.
Chegam por fim �� borda de um precip��cio que se abre sobre uma cratera profunda. V��rias cataratas enchem o seu fundo com um lago cristalino, formando uma paisagem de cortar a respira����o.
A pairar no ar sobre o espelho de ��gua, est�� uma pir��mide colossal constru��da de metal e pedra talhada, coroada por um olho radiante como uma estrela.
- O Olho que tudo v��! ��� exclama o homem oitocentista.
Os dois fitam hipnotizados o olhar supremo da pir��mide.
De imediato, s��o inundados por uma torrente de imagens, tudo aquilo que foi, que �� e um dia ser��, condensados num instante estonteante. Todos os fluxos temporais do cosmos confluem para aquele momento. O homem oitocentista confirma a gravidade da sua miss��o. Tudo depende dele. N��o pode falhar.
Um uivo cacarejado arranca-os de volta ao tempo presente. Ouvem-se v��rios outros uivos em resposta ao primeiro, lan��ando o p��nico esvoa��ante na floresta circundante. Os instintos de sobreviv��ncia disparam, est��o em risco de vida.
Continua.
Published on December 14, 2010 18:17
No comments have been added yet.