herdeiros do v��rus

Ontem, ap��s longo e tenebroso inverno, revi amigos.

N��o serei hip��crita, j�� estava saindo com alguma regularidade mas evitando grandes aglomera����es e espa��os fechados na medida do poss��vel mas, estava sim saindo j�� por��m, depois de quase dois anos, rever pessoas que eu n��o tinha mais visto foi algo m��gico.

Um sentimento de sobreviv��ncia que j�� vinha embrionando e agora se faz mais real, somos sobreviventes e quando tudo isso for estudado, se estivermos aqui ainda, poderemos testemunhar esse per��odo que passamos e dizer que est��vamos l��.

Sei que ainda n��o passou por completo mas, n��s que ainda estamos aqui temos um certo tipo de obriga����o moral em contar a hist��ria e fazer com que n��o seja esquecida e que n��o tenhamos mais governos negacionistas quando a pr��xima pandemia vier - e ela vir��, infelizmente - somos herdeiros do v��rus.

Ele levou n��o apenas vidas mas nossos abra��os e beijos, nossos encontros e contato, nossa vida comum tornou-se algo complexo e cheio de rituais que precisamos executar antes de podermos fazer as coisas mas, como bons humanos que somos, nos adaptamos.

Voltar a ver com olhos e n��o fotos e c��meras quem amamos, abra��ar, tocar e sentir que estamos vivos n��o tem pre��o, tomara que passemos a dar mais valor a essas coisas agora que passamos por tudo isso, que possamos colocar, na medida do poss��vel, nossas diferen��as de lado e entender de uma vez por todas que a vida �� um sopro, um segundo, um nada, um cristal delicado que pode quebrar do nada.

Nunca pensei que teria esse sentimento de sobreviv��ncia ainda que, em alguns momentos de minha vida sim mas, por raz��es individuais, nunca em escala t��o grande.

Vamos ent��o aproveitar a heran��a do v��rus e fazer valer esse momentos que teremos pela frente.