Os Escritores e os Cães




O cão é o melhor amigo do Homem - pelo menos quando não está com os dentes cravados na pele de nenhum – e há muito que os escritores também parecem não passar sem eles.


Não há foto que se preze que não tenha uma bola de pêlo com um sorriso maravilhoso carregado de mau hálito e uns olhos brilhantes a transbordar de adoração incondicional... e toda a gente sabe do tamanho do ego que um escritor carrega e como toda a ajuda é precisa para continuar a alimentá-lo.



Há também aqueles que preferem os gatos, mas esses acredito que é apenas o caso dos escritores demasiado preguiçosos para passear o cão! (ou talvez tenha sido no meu caso)

"Quem não tem cão escreve lá vai escrevendo com gato"



É como se fosse mais um pré-requisito para a lista:



- Escrever



- Introvertido e anti-social



- Complexo Godista



- Mentiroso



- Esquizofrénico




- Sustentar um espécime não humano (preferencialmente cão)



Seja verdade ou não, eu cá não estou para deixar nada ao acaso... então lá fui buscar uma bola de pêlo para mim no final do ano passado.



Já tinha tentado o gato por vários anos (não que eu seja preguiçosa, claro!) mas algo me dizia que estava na hora de me fazer uma mulherzinha e ter o cão. Jogar pelo seguro que nunca se sabe.



A coisa correu mais ou menos assim:



Semana 1: Depois de muito vídeo no Youtube encontrei o cão .



Semana 2: Visita ao criador. Depois de duas horas perdida a andar na montanha, "Sim temos puppies" "Fantástico! Quero este." "Não. Não te vendo porque trabalhas como uma escrava muitas horas e o cão não pode ficar tantas horas sozinho" "WTF!?" "Não, não vendo." "E se eu arranjar uma dogsiter?" "Vendido."



Semana 3: Espera.



Semana 4: Espera mais um bocadinho.



Semana 5: Visita ao cão. "Tãããooo lindo."



Semana 6: Nova visita ao cão. "Tãããooo lindo... mas vê se te despachas a crescer que te quero levar para casa e estou farta de andar perdida na montanha todos os sábados."



Semana 7: "Estou aqui para levar o cão." "Aqui está." "Não. Este não é o meu cão." "Não? Mas este é o único que ainda aqui está, os outros irmãos já foram embora." "WTF!? Então eu andei a visitar o cão errado? E que cão é que está na foto que tenho no meu desktop há mais de 4 semanas?" ...vem o leitor do chip... "Sim, este é o teu cão" Olhei para o cão, o cão olhou para mim e percebemos que estávamos condenados um ao outro. Era o dia 11/11/2011...



Semana 8: "Ahhhhh... tenho sono. Cão por favor não me acordes mais às 3h00, nem às 4h00, nem às 5h00... aguenta lá o chichi!"



Semana 9: Quando é que o meu lindo apartamento se transformou numa casa de banho gigante?



Semana 10: chichi, pópó... chichi, pópó... chichi, pópó... "O que é que eu fui fazer???"



Semana 11: A vida começa a voltar a mim. Horas de sono a repor. Ainda levo banhos diários de baba mas há esperança. Como é que as mães conseguem?



Semana 12: Finalmente tenho um cão e não é ele que me tem a mim. "Onde é que está o meu chinelo...? Peanut!!!"



Semana 13: O que lá vai lá vai... (chinelos à parte) já não consigo viver sem a minha pequena bola de pêlo.





Agora tenho mais um elemento na minha rotina de escrita e um novo estilo (que passear com esta fera pela trela é coisa digna de se ver na rua).





Boas leituras!





Liliana.







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Published on January 27, 2012 11:52
Comments Showing 1-2 of 2 (2 new)    post a comment »
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Lauh - Random Utopias Aw, cães são tão fofinhos *.*


message 2: by Liliana (new)

Liliana Sousa Mas também dão um trabalho... :P


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