Ela e o perfeito
Ele era alto e forte, tinha o sorriso largo e os cabelos sempre alinhados, o perfeito clichê dos romances femininos.
Ela tinha cabelos escuros com vida própria, em qualquer lugar que fosse, seus cabelos chegavam antes; era pequena, miúda, tinha o tamanho perfeito para se encaixar no abraço dele.
Ele era um sonhador, um buscador, acreditava em sinais do universo, em premonições.
Ela era uma burocrata, carregava consigo a certeza de ser a única responsável por sua vida, todo o resto era bobagem.
Ele sonhava. Ela realizava.
Seus olhares habitavam o inconsciente um do outro sem que se dessem conta, como um pingo insistente que tira o sono durante a madrugada, mas que é impossível fazer parar de pingar.
Naquela manhã, ele acordou cedo, fez a barba, deixou seu cabelo perfeito perfeitamente alinhado e conferiu as dobras da camisa antes de sair pela porta; ela acordou atrasada, sacudiu os cabelos, escovou os dentes com pressa e terminou de tomar uma xícara de café amargo e preto dentro do carro.
No sinal vermelho, pararam lado a lado. Seus rádios estavam sintonizados na mesma estação, e a batida da música sugeria que seus corações poderiam estar batendo no mesmo compasso.
Suas janelas estavam abaixadas.
Ele olhava para o horizonte. Ela, para o relógio.
Ela tinha cabelos escuros com vida própria, em qualquer lugar que fosse, seus cabelos chegavam antes; era pequena, miúda, tinha o tamanho perfeito para se encaixar no abraço dele.
Ele era um sonhador, um buscador, acreditava em sinais do universo, em premonições.
Ela era uma burocrata, carregava consigo a certeza de ser a única responsável por sua vida, todo o resto era bobagem.
Ele sonhava. Ela realizava.
Seus olhares habitavam o inconsciente um do outro sem que se dessem conta, como um pingo insistente que tira o sono durante a madrugada, mas que é impossível fazer parar de pingar.
Naquela manhã, ele acordou cedo, fez a barba, deixou seu cabelo perfeito perfeitamente alinhado e conferiu as dobras da camisa antes de sair pela porta; ela acordou atrasada, sacudiu os cabelos, escovou os dentes com pressa e terminou de tomar uma xícara de café amargo e preto dentro do carro.
No sinal vermelho, pararam lado a lado. Seus rádios estavam sintonizados na mesma estação, e a batida da música sugeria que seus corações poderiam estar batendo no mesmo compasso.
Suas janelas estavam abaixadas.
Ele olhava para o horizonte. Ela, para o relógio.
Published on August 03, 2020 13:01
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Tags:
amor, bpellizzer, histórias-de-amor
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