Tom Hanks num papel diferente
[image error]Este é um daqueles livros que vale por si e não por ter sido escrito por quem foi, Tom Hanks, conceituado e galardoado ator de cinema. Mas o facto de Tom Hanks ser quem é, um homem inteligente, culto e sagaz, além de bom ator, permitiu que o resultado final fosse bastante interessante. Tanto melhor para mim, que traduzi o livro.
O título não engana em nada, Papéis Diferentes – Algumas Histórias (editado pela In, chancela da Zero a Oito), é efetivamente uma coleção de contos, e tal como em praticamente todas as coleções de contos há histórias melhores do que outras, mas em geral todo este livro está muito equilibrado. Também a capa não engana. Uma máquina de escrever. Este objeto antiquado é uma presença constante ao longo do livro, e da vida do próprio ator, já que é colecionador do objeto. Bom será de ver por este exemplo da máquina de escrever que as histórias têm o seu quê de nostálgico, de outros tempos, e sem dúvida que se nota aqui uma influência cinematográfica. Aliás, não seria difícil imaginar o próprio Tom Hanks a interpretar algumas das personagens presentes nestas dezassete histórias.
A panóplia de temas é muito variada, desde uma delirante história de quatro amigos que constroem um foguetão caseiro para irem à Lua a um conto de um jovem surfista que faz umas descobertas inesperadas sobre a vida do pai, passando por contos de Natal envolvendo veteranos de guerra, onde nos lembramos inevitavelmente de O Resgate do Soldado Ryan. Tudo muito cinematográfico, é bom de ver.
Papéis Diferentes, histórias diferentes, numa variedade saudável para quem não pretende dedicar-se a um único tema por mais de umas dezenas de páginas. Humor e nostalgia definem bem este livro, mas não é por isso que lhe falta seriedade e profundidade.
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