Macropolítica e o final de Game of Thrones

A intenção de todos os líderes é libertar os escravos, chegar a um mundo livre, a uma utopia. Mas o limite dessa luta é muito próximo ao da aniquilação total.

Um dos segredos sucesso de Game of Thrones reside no fato de se tratar de temas atuais com ares de ficção medieval.

A crise da representatividade, simbolizada na crise da governabilidade, é o plot principal da série. Está em debate popularidade e governo.

A tirania, ou o autoritarismo, é a única saída para a paz, enquanto as democracias andam em crise?

No mais, por que os reinos têm que se unir num bloco só (Comunidade Europeia, Nafta, Mercosul, Pacto Andino, OTAN), como os Sete Reinos?

Os países, reinos, crescem e se desenvolvem se unidos?

Blocos, sim, para competirem entre si. Para os Sete Reinos, a união era necessária, já que os White Walkers eram o inimigo comum de toda a espécie.

Se os vivos foram vitoriosos contra os mortos, para que continuarem unidos?

Por que um rei, se podemos escolher o líder, que se reveza? Questão levantada no fim do absolutismo. E no final da série.

Paz alcançada, para que Inglaterra deve se unir à França, Alemanha e Itália, que quase se destruíram no século 20? Questão levantada pelo Brexit. E o Reino no Norte continua independente, como o Reino Unido, com sua rainha própria.

E o que tem depois dos mares? Questão levantada pela Renascença.

Com o colapso da URSS, por que a Europa do Oeste precisa se unir? E para que serve a OTAN, grande questão levantada pelos russos, se eles não têm mais ascensão política e militar sobre os países do Leste Europeu?

É preciso de uma muralha para separar Estados Unidos do México?

E os movimentos separatistas? A Espanha estaria melhor com a Catalunha e Países Bascos fora do reino?

É necessário um excedente militar, uma arma nuclear, ou um dragão, que torna os combates desproporcionais, para se chegar a um entendimento?

Se muitos diziam que o mundo dividido em blocos, sentados sobre ogivas nucleares nas pontas de mísseis, era a forma de se acabar com o abuso e a insanidade de guerras mundiais, sentar-se sobre dragões também pode trazer paz.

Trouxe a destruição de Dresden, Hiroshima, Nagasaki, viu-se Guernica, e do que a Humanidade é capaz. Como a destruição de Porto Real.

Estamos sempre na balança entre o apocalipse e o paraíso. Trouxe a paz?

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Published on May 19, 2019 19:45
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Marcelo Rubens Paiva
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