Por que Vikings é melhor que Game of Thrones


Que da Escandinávia vem uma das melhores músicas, filmes e séries de TV, já é quase unanimidade entre profissionais do mercado.


Mas sobre a Escandinávia, especialmente os vikings, fez-se uma das melhores séries de todas, Vikings (History-MGM), cujo encerramento foi anunciado, depois de quase 90 episódios e seis temporadas, duas delas com 20 episódios.


A série (tem aqui no Netflix e NOW) começou bem as primeiras duas temporadas, mas ficou espetacular na terceira.


Suspeito que seus produtores miraram para o sucesso de Game of Thones e encomendaram: Façam igual.


E ficou melhor.


De repente, o protagonista, um fazendeiro que vira rei, Ragnar Lothbrok (personagem real, que iniciou a espetacular aventura viking pelos mares em busca de terras para plantar), passou a atacar três reinos, o seu, Wessex e Francia.


O Reino Unido era dividido em pequenos reinos, e uma guerra interna, com os vikings aliados, buscou a unificação. Tudo real.


Vikings ocuparam York. Tudo o que queriam era um lugar para plantar, difícil no inverno rigoroso da Noruega.


Na Francia, paz aparente. Até o irmão de Ragnar, Rollo, se casar com a princesa, filha do primeiro rei a combater os pagãos, Carlos Magno.


Aparecem então personagens que víamos em GOT, como o filho do rei deficiente, Ivar.


A espada, o trono, a coroa, até uma mão de ferro viram elementos de cena, bruxaria e visões surgem, conselheiros se metem, irmãos rancorosos se matam. E há muitas cenas de batalhas épicas, navios, e até incesto.


Com uma diferença: a série da MGM é baseada em fatos e personagens reais, o que dá a ela mais credibilidade e desperta o interesse histórico do que a cuja trama é conduzida por… dragões e sua mãe.


Outra. Em Vikings a discussão é o respeito à religião alheia, debate mais que fundamental em tempos de fundamentalismo.


A Europa vivia sob a disputa do islamismo na Península Ibérica, Cristianismo e a influência de Roma e os ditos ”pagãos”, povo do norte que tem vários deuses, fazem sacrifícios, até humanos.


Quer debate mais atual?


Num dos episódios mais marcantes da quinta temporada, o rei pagão e o inglês bebem sozinhos e discutem Deus e deuses. Riem se perguntando se eles existem mesmo, apesar de se matarem por eles.


O criador da série, Michael Hirst, contou que a decisão de acabar partiu dele, e que já esgotou o que tinha a dizer sobre a saga do povo que viajou através do Mar do Norte, ocupou a Inglaterra e Francia (Normandia vem de povo do norte), foi da Sicília até o Saara, ocupou a Islândia, Escócia, Irlandas, esteve na América, Báltico, Mar Negro, Cáspio, em toda a parte.


Algumas diferenças fundamentais: Ivar se torna um facínora. Sua deficiência lhe traz horrores, desejo de vingança. Vira um tirano, como previu seu pai.


Em GoT, eles são mais gente boa.

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Published on February 04, 2019 06:15
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Marcelo Rubens Paiva
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