Abstenção não é fenômeno apenas brasileiro


 


“Tudo farinha do mesmo saco”. “Todo político é ladrão”. “Os partidos são bancos de negócios”.


Votar em quem?


Nessas horas, um grande eleitor, o cético (o de votos brancos, nulos e abstenção), chega num índice que questiona os eleitos e a própria democracia (29% no primeiro turno de 2014).


Mais ainda no país em que o voto é obrigatório; apesar da multa irrisória de R$ 3,51 por turno.


Pouco mais de 30 milhões de eleitores se abstiveram de votar nas eleições de 2014 (21,10% no segundo turno).


Desprestígio de partidos, políticos, imprensa e até das pesquisas inflam o sintoma do desprestígio da política.


Dados do IDEA (International Institute for Democracy and Electoral Assistance) revelam que o fenômeno é global.


As democracias estão em crise: a média dos países de abstenção é um pouco acima dos 30% e tem aumentado desde meados dos anos 80.


Nas democracias europeias estáveis, esse número [de comparecimento] é hoje pouco superior a 70%. Nos países de voto obrigatório, a média é inferior a 75%. Aqui, os números oscilam em torno de 80%, nunca sendo inferiores a 78,5%.


E nulos e brancos?


Cláudio Couto e Guilhermo Russo (da FGV) atentam que, no Brasil,  talvez por conta da urna eletrônica e da assimilação do número dos partidos, que facilita a votação, o grau de votos nulos e brancos não é tão ruim.


Nas eleições de 1994 e 1998, eles estavam em torno de 20%.


Com a adoção do voto eletrônico em 2002, a queda dos votos inválidos despencou pela metade.


Do cenário atual, o que se espera? Ninguém consegue prever.

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Published on August 30, 2018 15:33
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Marcelo Rubens Paiva
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