Ler para os meus mortos

Hoje, sem quaisquer presságios ou sintomas que a anunciassem, senti uma
vontade profunda de ler para os meus mortos. Uma vontade fina e funda
como uma agulha introduzida no peito. Ler apazigua, porque não pede
nem obriga à resposta. Os mortos não respondem. Mas poderão ouvir? Só
quem já não tem vivos compreende a inutilidade daquele perfunctório
vento a que chamamos diálogo, palavras em
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Published on June 07, 2018 10:04
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