Agachado junto a um sobreiro, Gamir seguia com o olhar aquele vulto enorme que cavalgava sem pressa através da planície. Perseguir o Homem da Foice não seria difícil, difícil seria impedir que ele se apercebesse disso. O mouro tinha consciência de que um movimento descuidado seria o suficiente para revelar a sua presença e não sabia durante quanto tempo teria de o vigiar até descobrir o que procurava. Mas o colar que, cinco dias atrás, André arrancara à criatura e que pertencera à sua irmã mais nova, desaparecida havia mais de dois séculos com o resto da sua família, dava-lhe alento para continuar a enfrentar aquele e outros perigos que surgiam em cada passo de uma longa demanda que se recusava a abandonar.