Carlos Drummond de Andrade - A Flor e a N��usea

Preso minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir at o enjo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relgio da torre:
no, o tempo no chegou de completa justia.
O tempo ainda de fezes, maus poemas, alucinaes e espera.

O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vo me tento explicar, os muros so surdos.
Sob a pele das palavras h cifras e cdigos.
O sol consola os doentes e no os renova.
As coisas. Que trist...

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Published on August 05, 2016 16:54
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