Ricardo Lourenço's Blog

Salão Literário Senhoras das Letras

O clube de leitura «Senhoras das Letras», dedicado à discussão e divulgação da obra de escritoras portuguesas, tem duas novas sessões agendadas para Setembro: As sessões são efectuadas online, ocorrendo usualmente aos sábados, com periodicidade mensal. Podem acompanhar as novidades relacionadas com o clube através da página no Instagram; caso desejem participar, devem entrar em… Ler mais »Salão Literário Senhoras das Letras

Vinte Horas de Liteira — Camilo Castelo Branco

— Estás magro, homem! — observou ele, apalpando-me o pescoço, provavelmente com o tacto magistral de quem ajuizava da nutrição dos potros pela fibra atochada e nediez do pescoço. — Deixa-te desse modo vivente, se não aspiras à mumificação. Olha que a natureza fez homens, não fez literatos. O Criador, quando expulsou Adão do paraíso,… Ler mais »Vinte Horas de Liteira — Camilo Castelo Branco

A Relíquia — Eça de Queirós

— Olha que tremenda espiga! Ir a Jerusalém! E onde era Jerusalém? Recorri ao baú que continha os meus compêndios e a minha roupa velha; tirei o atlas, e com ele aberto sobre a cómoda, diante da Senhora do Patrocínio, comecei a procurar Jerusalém lá para o lado onde vivem os Infiéis, ondulam as escuras… Ler mais »A Relíquia — Eça de Queirós

Nova versão da Base de Dados de Livros Digitais

A Base de Dados de Livros Digitais do Projecto Adamastor foi recentemente actualizada, incluindo agora mais de 9000 títulos em português, provenientes das seguintes plataformas:

Autores que entram em domínio público em 2025

Comemorou-se, a 1 de Janeiro, o Dia do Domínio Público. Seguem-se alguns artigos sobre os autores cuja obra pode, a partir deste ano, ser partilhada e reutilizada livremente, destacando-se a habitual colaboração entre a Associação Nacional para o Software Livre (ANSOL), a Wikimedia Portugal e a Biblioteca Nacional de Portugal, que mais uma vez disponibilizaram… Ler mais »Autores que entram em domínio público em 2025

Vidas Secas — Graciliano Ramos

Pois não estavam vendo que ele era de carne e osso? Tinha obrigação de trabalhar para os outros, naturalmente, conhecia o seu lugar. Bem. Nascera com esse destino, ninguém tinha culpa de ele haver nascido com um destino ruim. Que fazer? Podia mudar a sorte? Se lhe dissessem que era possível melhorar de situação, espantar-se-ia.… Ler mais »Vidas Secas — Graciliano Ramos

Quadros Vicentinos: Teatro de Gil Vicente

Gil Vicente, o autor,me fez seu embaixador,mas eu tenho na memóriaque pera tam alta histórianaceu mui baixo doutor. Creo que é da Pederneira,neto dum tamborileiro,sua mãe era parteirae seu pai era albardeiro.E per razãoele foi já tecelãodestas mantas d’Alentejo,e sempre o vi e vejosem ter arte nem feição. E quer-se o demo meter,o tecelão das… Ler mais »Quadros Vicentinos: Teatro de Gil Vicente

Engrenagem — Soeiro Pereira Gomes

E desde então andou a pedinchar trabalho, tão insistente como aqueles maltrapilhos que todos os dias desciam pelas encostas como lobos esfomeados e desesperavam Mateus.— Não haverá um lugarzinho nas obras? — perguntava um. — Qualquer coisa me serve.— Já tenho gente de mais. Viesse mais cedo.— Sou de tão longe… Vim a pé vai… Ler mais »Engrenagem — Soeiro Pereira Gomes

Lisboa em Camisa — Gervásio Lobato

Por fim, um dia, Antunes veio parar Lisboa. Seu sogro era muito influente na política, e tinha sobre as ciências sociais e administrativas uma opinião sua, particularíssima, que dizia «bem alto, para que todos o ouvissem», em todas as solenidades públicas. Essa opinião entranhada era que «o Sr. Fontes é o Bismarck português». O Sr.… Ler mais »Lisboa em Camisa — Gervásio Lobato

Grandes Contos e Novelas da Língua Portuguesa: «Os Porcos», de Júlia Lopes de Almeida

A Artur Azevedo Quando a cabocla Umbelina apareceu grávida, o pai moeu-a de surras, afirmando que daria o neto aos porcos para que o comessem. O caso não era novo, nem a espantou, e que ele havia de cumprir a promessa, sabia-o bem. Ela mesma, lembrava-se, encontrara uma vez um braço de criança entre as… Ler mais »Grandes Contos e Novelas da Língua Portuguesa: «Os Porcos», de Júlia Lopes de Almeida