Horror clássico com dimensões contemporâneas

[Maisa]

Aos leitores que, como eu, estão pouco inseridos no mundo do horror literários, as referências são poucas. Edgar Allan Poe, Stephen King, Charlotte Perkins Gillman, Henry James e Carlos Fuentes, são minhas únicas referências no gênero. Clássicos como A Queda da Casa de Usher e Aura estão entre os favoritos. O Iluminado não é assim tão contemporâneo, então quando peguei este livro, foi um desafio.
Mariana Enríquez me trouxe novas sensações neste gênero pouco explorado, o mais perto de horror contemporâneo que já cheguei foi com o conto 'Sono', de Murakami, e este, é uma obra muito mais delirante. 'As Coisas que Perdemos no Fogo', mistura elementos clássicos, como casa assombrada, monstros, fantasmas, com coisas reais e horrores cotidianos e sociais, como solidão, luta, violência, podridão urbana, lendas da cidade e até rituais. Todas essas temáticas se juntam em uma obra concisa e impressionante. A autora argentina consegue narrar de maneira quase sufocantes suas histórias. O livro, é seu segundo no gênero de contos.
Com uma narrativa convidativa e sedutora, ela conduz o leitor ao inesperado, mesclando com maestrias formas antigas do terror com temas contemporâneos.
'As Coisas que Perdemos no Fogo' está, sem dúvidas, entre os melhores livros latino-americanos da década e foi um das minhas melhores leituras do ano.

[Nathalia]

Ótima dica!