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Leituras Conjuntas
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8ª Leitura Conjunta - 4ª Fase
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As mulheres em “Os três mosqueteiros”
São duas as figuras centrais femininas nesta obra de Dumas: Constance Bonacieux e Milady. Se, por um lado, cada uma tem uma enorme influência nos quatro amigos, por outro teremos de as considerar faces da mesma moeda: Constance representa a feminilidade, a sensibilidade e a pureza apanhadas num destino matrimonial infeliz e no centro de intrigas ao mais elevado nível, cujas circunstâncias a empurram para os braços do atrevido d’Artagnan e cuja simples existência ajuda a catalisar a história e a nos dar a conhecer com pormenor as tramas na Corte. Por outro lado, Milady representa a luxúria, a manipulação, o ódio e a maldade, elementos que tomam forma nos seus complots com o cardeal Richelieu. Embora se possa ficar com a impressão de quem Milady é apenas um peão nas mãos de Richelieu, a verdade é que depressa e cada vez mais nos apercebemos que Milady é uma mulher de armas poderosas. Com uma excelente capacidade de analisar as pessoas e as situações, encontra sempre a solução que lhe é mais adequada e mais prejudicial para os seus inimigos. Penso que uma das situações mais flagrantes e mais representativas da sua personalidade é o período em que está cativa nas mãos do seu cunhado e consegue seduzir e convencer um dos seus carcereiros de que é tão inocente quanto uma rosa ao amanhecer, levando-a a libertá-la antes de ser levada para o exílio.
De capa e espada
Esta é uma história baseada em factos verídicos, cujos registos foram encontrados e analisados para a romancear e dar a conhecer o início da vida de d’Artagnan junto de Athos, Porthos e Aramis, pelo que temos a oportunidade de conhecer com pormenor alguns detalhes da vida parisiense no século XVII, nomeadamente as dificuldades vividas pela família real (Luís XIII e Ana de Áustria), os confrontos entre Inglaterra e França (incluindo uma perspectiva do ponto de vista mais pessoal, como a problemática de relacionamento entre amigos de ambos os países) e a força de Richelieu junto da Realeza, numa luta motivada por interesses pessoais. É ainda de frisar que Alexandre Dumas ainda escreveu dois romances que seguem “Os três mosqueteiros”, nomeadamente “20 anos depois” (1845) e “O visconde de Bragallone” (1850).

Também gostei bastante desta parte. Também adoro a inteligência apurada de Milady, que só foi derrotada por desconhecer alguns pormenores do plano de Athos. Para mim, a inteligência dos dois é muito semelhante e talvez por isso tenham sido um casal. Eram bastante semelhantes, apesar de terem objectivos opostos.
Acho que a Constance foi um bocadinho ingénua demais por acreditar logo assim numa desconhecida, mas há que pensar também que era Milady quem estava a actuar!
Gostei de reler este livro e como o li pela primeira vez à cerca de 12 anos atrás acabei por me aperceber que já não me recordava de grande parte do livro, mesmo tendo sido uma releitura foi um livro que nunca me fez perder o entusiasmo e Alexandre Dumas tem uma maneira muito particular de nos contar a história.