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Kindle Notes & Highlights
Quando viajo, às vezes me dá uma pressa estranha. Na verdade, é uma fome. Uma vontade de ver tudo e muito. Não é passar correndo pelos monumentos históricos ou museus, é abraçar as oportunidades que passarem pela minha frente.
É preciso ter calma pra ter prazer.
Quando eu era pequena, me disseram que a gente deixa o quarto muito bagunçado quando estamos bagunçados por dentro também.
Já começou ali o aprendizado. O povo aqui não tem pressa, e o tempo da conversa é importante.
Durante um café no meu hotel em Monza, na Itália, Niki Lauda me contou que ele e Ronnie Peterson ficavam naquele hotel, assim como vários outros pilotos. E quando Ronnie morreu na pista, Lauda teve que entrar no quarto do amigo sueco e fazer a mala dele. Roupas tiradas naquela manhã que nunca mais seriam usadas de novo. Depois da morte de Ayrton Senna, a F1 mudou bastante e se tornou muito mais segura. Mas ninguém a 300 km/h está garantido. A prova foi a morte do francês Jules Bianchi em 2015, após um acidente em Suzuka, no Japão. Poucos anos depois, surge Charles Leclerc, afilhado de Bianchi,
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O fascínio pela disputa em alta velocidade, pela capacidade de domar a máquina e ainda assim deixá-la galopar livre pelas florestas das Ardenas na Bélgica, no inferno negro de Nürburgring ou no parque de Monza é mais forte do que tudo. Não há lugar aqui para quem vive pela metade.
Gosto de ouvir todos os idiomas raspando em mim pelo saguão, assim como uns refrões de conversa, feito rasante de passarinho.
Hábitos diferentes. O bom de viajar é isso. Experimentar jeitos diferentes de viver a vida e adotar o que melhor lhe convém.
Ah, velha? Ainda não. Enquanto eu for curiosa, vai haver brasa com resinas cheirosas perfumando o meu coração.
Eu, particularmente, tenho esse prazer. O de me misturar, experimentar o que não é meu. Em todos os lugares por onde ando, tento deixar o novo mundo entrar. Os novos valores, novos hábitos, novos ritmos.
Às vezes, precisamos ir para bem longe para sermos pegos de surpresa por coisas legais que sempre estiveram perto da gente.
Prende cabelos, mas não ideias. Apesar de que meus pensamentos mais desvairados surgem em dias de cabelos soltos em ventania…
Há pessoas que a gente encontra e que poderiam passar despercebidas, perdidas entre as nuvens do mau-humor ou da tristeza, da pressa. No entanto, ainda que a gente esteja sem ânimo, acho que vale a pena dar uma chance à vida. É só se dar um tempo.
Olhar para o horizonte do mar azul dá um alívio nesse meu vendaval interno. Não sei explicar — até sei, mas o temporal é grande.
É a fé num dito popular: tudo sempre acaba bem. Se não está bem, é porque ainda não acabou. Como é bom pensar que amanhã vai ser um dia melhor.
se não tens nada de bom para dizer sobre a pessoa, simplesmente não fale dela.

