Água fresca para as flores

by Valérie Perrin

É sempre assim com a morte. Quanto mais antiga ela é, menos poder tem sobre os vivos. O tempo aniquila a vida. O tempo aniquila a morte.

“A morte começa quando ninguém mais pode sonhar com você.”

Existe algo mais forte do que a morte: a lembrança dos ausentes na memória dos vivos.

“Se o paraíso existir de fato, só será paraíso se eu for recebida por meus cães e gatos.”

Adoro rir da morte, ridicularizá-la. É meu jeito de acabar com ela. Assim, ela fica menos importante. Ao brincar com a morte, deixo a vida assumir o controle, assumir o poder.

Nunca encontramos as pessoas por acaso. Elas estão destinadas a cruzar nosso caminho por um motivo.

A saudade, a dor e o insuportável podem nos fazer ressuscitar e sentir coisas que superam a imaginação. Quando alguém se vai, se vai. Menos na alma das pessoas que ficam. E a alma de um único homem é muito maior do que o universo.

Temos que aprender a oferecer nossa ausência àqueles que não entenderam a importância da nossa presença.

A morte não faz pausas. Ela não sabe o que são férias, feriados nem consultas ao dentista.

As folhas caem, as estações passam; só as lembranças são eternas.

Tudo se apaga, tudo passa, exceto a lembrança.

O essencial é invisível aos olhos.

A terra esconde você, mas meu coração a vê sempre.

O amor é quando conhecemos alguém que nos dá notícias nossas.

Como uma flor de pétalas retiradas pela força da tempestade, a morte a levou na flor de sua idade.

Porque uma vida nunca pode ser refeita. Pegue uma folha de papel e a rasgue. Você pode colar todos os pedaços, mas os rasgos, as dobras e a fita adesiva ainda vão estar lá.

Acreditamos que a morte é uma ausência, quando, na verdade, é uma presença secreta.

“Quanto maior a tristeza, melhor é viver.”

“Não julgue cada dia pela colheita que tiver, mas pelas sementes que puser na terra.”