Meu Policial

by Bethan Roberts

Eu podia mentir, provavelmente. Mas, já naquela época, eu morria de medo de ser descoberta. No fim, sempre descobriam tudo. E ser descoberta era muito pior do que falar a verdade logo de uma vez.

“O sorriso dele é como uma lua cheia de setembro. Misterioso. Cheio de promessas”.

Suspeito que você entenda de desejo, de como ele cresce quando é negado, mais do que qualquer outra pessoa.

Como se quisessem contratar outra pessoa e, por algum erro burocrático, a carta de aceite fora parar na sua casa?

Dizem que o amor é como um raio, mas não foi assim; foi como se água morna se espalhasse pelo meu corpo.

Nos meus anos de experiência, descobri que esse é o jeito mais seguro de agir. Basta não procurar o problema que ele não vai aparecer.

De imediato,reconheci a sensação tão comum de ser avaliado por mais de uma dúzia de pares de olhos masculinos. Uma sensação perfeitamente equilibrada entre prazer e dor.

Quando ele morreu, contudo, eu soube que era pura loucura, pois não havia palavra para o que eu perdera, senão amor. Pronto. Escrevi.

Para um policial, você é muito romântico. – Para um artista, você é muito medroso. Minha resposta foi beijá-lo com força na boca.

Valsei pelo apartamento, sozinho, até ficar tonto de alegria. É como minha mãe diz: “Fiquei até tonta”. É uma sensação maravilhosa.