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Kindle Notes & Highlights
Eu teria ateado fogo no mundo inteiro para ter você de volta. Mas e se eu não conseguisse?
Fui trabalhar no hospital para aprender na prática. Que a morte era corriqueira e não tão ruim assim.
Disse que ultimamente as mulheres só eram consideradas fortes quando não falavam das coisas que amavam e que não as amavam, quando não se machucavam ou não se sujeitavam a eventuais humilhações, mas que na verdade força era querer o que você quisesse sem ter vergonha.
Eu precisava tanto de dinheiro. Quando tinha dinheiro, podia me afastar de mim mesma.
Tinha passado por maus bocados também. Eu sabia que uma mulher como Mary sobreviveria. A maioria das mulheres sobrevive.
Em Poconos tínhamos uma torradeira velha e deplorável que queimava um lado do pão e mal esquentava o outro, então a gente tinha que virar o pão e ficar acompanhando o processo. Quando, naquele último verão, compramos uma torradeira nova em um supermercado popular, as configurações vieram calibradas com precisão, a torrada saía perfeita toda vez, e aquilo me deixava incompreensivelmente triste.
Torço para que você não ande pelo mundo buscando preencher o que teme não ter com a carne de outro ser humano. Em parte é para isso que serve esta história.
Sabe quando você está deprimida ou na pior — ela disse — e as pessoas recomendam a companhia das crianças, diversão? Convidam você para jantar, torcem por você e iluminam seu rosto com a luz alegre delas? Bobagem! O oposto é que é verdade. O melhor a se fazer é procurar quem está morrendo.
Parte da minha mente de criança a detestava porque ela não era nova o bastante ou linda o bastante. Porque ela não era forte o bastante. Ou porque era forte demais. Porque era muito complexa em aspectos que meu pai não era. Eu odiava minha mãe, em suma, por ser mulher.

