Vocês passaram a vida toda olhando com desprezo para o chão onde piso. Para o estilo das minhas roupas e para o tom da minha pele. Para a comida que como. Para o idioma do meu povo, para os sinais que uso porque não sou capaz de falar em voz alta. Vocês desejaram a morte dos meus entes queridos, barrando-os da segurança das suas portas, ao mesmo tempo que tiram deles o que gostam: as joias, os costumes e comidas, as tradições. Vocês tiraram vantagem do meu silêncio de todas as formas, roubaram minha dignidade e meu orgulho. Me usaram em benefício próprio.