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Um contato rápido com o lado mais feio do sistema psiquiátrico em minha infância, após a internação de minha mãe por esquizofrenia paranoide, tinha me deixado muito mais interessado em consertar os defeitos da medicina do que em me acomodar em seus confortáveis escalões superiores.
Eu não conhecia nenhum edifício que incorporasse de maneira tão completa as linhas severas e sombrias da sanidade forçada arbitrariamente.
Entre as paredes daquelas alas é possível encontrar pessoas com visões de mundo que seriam tenebrosamente cômicas se não causassem tanto sofrimento.
não é possível mostrar a realidade para pessoas que sofrem de delírios. Não ajuda em nada, e elas só ficam zangadas.
Esse tipo de paciente é obviamente insano, mas ninguém sabe como ficou assim. O que se sabe, no entanto, é que qualquer um ficará louco se tentar descobrir.
Ele não só conseguia identificar as inseguranças da outra pessoa, como era capaz de prever com perfeita exatidão como explorá-las a fim de causar o máximo sofrimento.
É importante que saibam disso porque foi nesse dia que resolvi me tornar psiquiatra. E não qualquer psiquiatra, mas alguém que jamais trataria um paciente como dispensável, não importando quão desesperançado ou desagradável ele parecesse.
Essas pessoas se culpam para que possam se sentir no controle do que parece ser uma situação impossível, porque o único jeito de sentir que podem processar o ocorrido é recuperando sua capacidade de ação, mesmo que seja culpando a si mesmos por algo pelo qual não têm controle algum.
mas quando se é uma criança desesperada para ser amada, você acredita que tudo é sua culpa, se isso fizer seus pais o amarem de novo.
Não parecia humano. Em vez disso, o que emergiu daquele quarto foi uma risada sepulcral, úmida e cortante, que parecia vir de uma garganta podre. Era uma voz que eu ouvira antes, a mesma gargalhada que se erguera da poça fétida de sangue e urina no meu sonho, enquanto arrastava minha mãe para suas profundezas.