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— O que quer de mim? Exclusividade? Eu não quero transar com outras mulheres, nem com Paula, nem com ninguém. Eu quero você — as palavras iam saindo da minha boca enquanto minhas mãos se enroscavam em seus cabelos, passeando pelo seu maxilar. — Você quer que eu te beije? Ótimo, porque não tem nada no mundo que eu queira mais do que te beijar até perder o ar. Você quer que a porra da cidade inteira saiba que estamos juntos? Nós podemos descer agora e contar para a jornalista que está aqui. Não me importo! Foda-se, eu quebro todas as malditas regras que criei por você.
— Marco... O que eu sinto por você... — Ela balançou a cabeça negativamente e a olhei sem entender. — Você apenas está confuso e eu não posso abrir mão da decisão que tomei por conta de impulsos ou confusões. Acho que você se acostumou comigo e agora sente minha falta. Sabe... — Sua voz saiu trêmula. — É idiota pensar que eu me deixei apaixonar por você. Não escolhi isso, foram os pequenos detalhes, não as nossas brigas de uma vida inteira. Foram os carinhos sem querer, as conversas, o fato de parecer impossível desvendar você. Você não é apaixonado por mim, Marco. — Ela limpou a garganta
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naquele minuto parecia que o meu coração tinha se afundado por completo em um abismo sem fim.
Eu a queria. Eu a queria e não a tinha. Os flashbacks da noite anterior golpeavam-me de maneira ininterrupta e aquele sentimento desesperador tomava conta do meu corpo. As palavras dela, os olhares, tudo me consumia por completo. Depois de tanto tempo eu estava experimentando tudo de novo. Toda dor, toda a raiva e a impotência de não ser capaz de controlar como me sentia. Foi tão difícil, eu ainda lembrava de como me recuperar de Lorena tinha sido doloroso e cansativo. Como havia me permitido chegar nesse ponto? Como seguiria minha vida depois dela?
Estava apaixonada por completo e ele não. Eventualmente tudo acabaria explodindo mais uma vez e eu simplesmente não conseguiria passar por aquilo de novo.
— Duda, diga pra Rossi que preciso falar com ela hoje à noite. Você pode fazer isso por mim? Eu vou... Vou resolver algumas coisas. Ela assentiu com a cabeça, parecendo agitada. — O que você vai fazer? — O que você acha? Vou arrumar uma porra de uma livraria para me declarar.
— E... Eu simplesmente não consigo mais. Minha vida se tornou miserável no minuto em que você deixou o apartamento. — Seus olhos estavam fixos nos meus e ela apertava uma capa de livro com força, os nós dos dedos ficando brancos. — Tenho apenas orbitado, apegado às memórias que nós dois criamos, sendo patético a respeito de tudo. Aquele... aquele Natal simplesmente acabou comigo de maneiras que jamais saberia explicar. Não quero ver você com homem nenhum, eu nunca quis. Por favor, não se case com Ortega.
— Como não vemos? Alice — ela estremeceu um pouco ao ouvir seu primeiro nome —, o que você quer que eu te diga? Eu sinto sua falta, sinto falta das nossas conversas, da sua risada, dos seus pontos de acupressão... Sequer sei o que é dormir hoje em dia, porque você não está lá. Odeio ver aquelas porcarias daquelas geleias intactas no armário. — Eu simplesmente desatei a falar como um lunático e ela ergueu uma das sobrancelhas. — Sinto falta de reclamar sobre você estragando o uísque, daquele chá horroroso que só você sabe fazer, da porra da zona que fazia na minha sala, até mesmo dos seus
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Eu estou realmente... Realmente estou confusa. — Você diz que não vemos as coisas da mesma forma, mas o que acha que eu estou fazendo aqui? Estou me declarando para você dentro da sua maldita livraria preferida como no filme que você ama.
Alice... — Fiz uma pausa. — Eu sou apenas um garoto parado na frente de uma garota pedindo a ela que o ame — repeti a frase do filme e ela pareceu se engasgar com o ar. — Marco, você não pode fazer esse grande gesto romântico, se declarar pra mim dentro da livraria como no filme que eu amo, falar sobre as coisas que você sente falta apenas para me ter do seu lado pra transar.
— Era impossível que eu não me apaixonasse por você — falei, plantando um beijo rápido abaixo da sua orelha. — Você é linda, é a pessoa mais inteligente que eu conheço... — Desci para o seu pescoço, sua respiração se tornou mais desregulada e então a olhei nos olhos. — Você tem o melhor coração que eu já vi e até hoje não sei como foi capaz de se apaixonar por mim. Me apaixonar por você foi a coisa mais fácil que já fiz na minha vida e era inevitável. Não entendo como pode achar que isso não passa de uma confusão. Sou completamente apaixonado por você, mais do que eu jamais fui por outra
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— De me machucar novamente. Foi tão difícil... A verdade é que eu não sei se aguento... que você quebre meu coração de novo. — Não posso prometer que não vou quebrar seu coração, eu mesmo já sou quebrado demais, Alice. Fiz isso antes, posso fazer de novo. Não posso te prometer ser perfeito, não posso te prometer uma vida de sonhos e ilusões. Esse não sou eu. Essa vida jamais seria nossa... Mas sou capaz de me comprometer e... e te prometo... que vou dar o meu melhor para fazê-la feliz e o principal... te prometo que você me tem por inteiro.
— Nunca falei nada tão sério em toda a minha vida. Você tem meu coração, meu corpo, minha alma... Você me tem por inteiro, Rossi.
Isso quer dizer que você está há mais de um mês sem transar com ninguém? Achei que Marco Montes jamais fosse capaz de aguentar um mês sem sexo. — É... Eu também. — Ele deu um sorriso provocante, puxou um dos meus cachos e prendeu atrás da minha orelha, dando um beijo no meu maxilar, trilhando um caminho até minha orelha. — Mas foi mais difícil ficar sem você.
— Você pode ficar com a gente. — Eu certamente vou ficar com vocês, querendo você ou não. — Ele gargalhou. — Pelo menos até achar algum lugar que me agrade e então vou levar Duda comigo. Eu pisquei. — Você não faria isso. — Eventualmente isso vai acontecer, você sabe… Você tem Rossi agora, pare de sugar minha namorada. — Ela é minha amiga primeiro. — E você já morou com ela por tempo demais. É a minha vez. — Não é — respondi, completamente indignado com aquela resposta sem sentido.
Odiava toda aquela merda, porque tinha plena noção de como minha vida sem Alice Rossi poderia ser. E era a última coisa que eu queria, imaginar um futuro sem ela parecia loucura, um caminho para a infelicidade.
Eu queria verdadeiramente um futuro com ela. Um futuro real. Um futuro de anos, porque não conseguia mais enxergar minha vida sem a presença de Rossi.
— Prometo que vou me controlar perto de Ortega. Sei que vocês são amigos, sabe-se lá porque caralhos... — Ela me olhou de cara feia. — Mas, eu não pretendo que você saia da minha vida, então, se aturá-lo é necessário, farei isso.
— Como você espera que eu durma sem os coices da minha pônei?

