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Mas, você bem sabe, teu pai perdeu um pai; O pai que ele perdeu também perdeu o dele; Quem sobrevive tem, por certo tempo, o dever filial de demonstrar sua pena. Mas insistir na ostentação de mágoa É teimosia sacrílega; lamento pouco viril, Mostra uma vontade desrespeitosa ao céu, Um coração débil, alma impaciente, Mente simplória e inculta, Pois se sabemos que a coisa é inelutável, Por que enfrentá-la com oposição estéril? Tolice! Ofensa aos céus, ofensa aos mortos, Ofensa à natureza, gigantesco absurdo pra razão,
A infâmia sempre reaparece ao olhar humano, Mesmo que a afoguem no fundo do oceano.
Não dá voz ao que pensares, nem transforma em ação um pensamento tolo. Amistoso, sim, jamais vulgar. Os amigos que tenhas, já postos à prova, Prende-os na tua alma com grampos de aço; Mas não caleja a mão festejando qualquer galinho
Procura não entrar em nenhuma briga; Mas, entrando, encurrala o medo no inimigo, Presta ouvido a muitos, tua voz a poucos. Acolhe a opinião de todos – mas você decide. Usa roupas tão caras quanto tua bolsa permitir,
Não empreste nem peça emprestado: Quem empresta perde o amigo e o dinheiro; Quem pede emprestado já perdeu o controle de sua economia. E, sobretudo, isto: sê fiel a ti mesmo. Jamais serás falso pra ninguém
Portanto, como estranho, deve ser bem recebido. Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, Do que sonha a tua filosofia.
E ser honesto, hoje em dia, é ser um em dez mil.
Felizes por não sermos excessivamente felizes. No barrete da fortuna nós não somos o penacho. Hamlet: Nem a sola do sapato.
Então pra você não é. Não há nada de bom ou mau sem o pensamento que o faz assim. Pra mim é uma prisão.
Não será sua ambição que faz que ela seja? Vai ver a Dinamarca é pequena demais pro seu espírito. Hamlet: Oh, Deus, eu poderia viver recluso numa casca de noz e me achar o rei do espaço infinito se não tivesse maus sonhos. Guildenstern: Sonhos que são, de fato, a ambição. A substância do ambicioso é a sombra de um sonho.
Que obra-prima é o homem! Como é nobre em sua razão! Que capacidade infinita! Como é preciso e benfeito em forma e movimento! Um anjo na ação! Um deus no entendimento, paradigma dos animais, maravilha do mundo. Contudo, pra mim, é apenas a quintessência do pó. O homem não me satisfaz; não, nem a mulher também, se sorri por causa disso.
É preferível você ter um mau epitáfio depois de morto do que ser difamado por eles, enquanto vivo.
Que é isso? Trate-os melhor. Se tratarmos as pessoas como merecem, nenhuma escapa ao chicote. Trata-os da forma que consideras tua própria medida. Quanto menos merecerem, mais meritória será tua generosidade. Acompanha-os.
Ser ou não ser – eis a questão. Será mais nobre sofrer na alma Pedradas e flechadas do destino feroz Ou pegar em armas contra o mar de angústias – E, combatendo-o, dar-lhe fim? Morrer; dormir; Só isso. E com o sono – dizem – extinguir Dores do coração e as mil mazelas naturais A que a carne é sujeita; eis uma consumação Ardentemente desejável. Morrer – dormir – Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo! Os sonhos que hão de vir no sono da morte Quando tivermos escapado ao tumulto vital Nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão Que dá à desventura uma vida tão longa. Pois quem suportaria o
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pra almas nobres, Os presentes ricos ficam pobres Quando o doador se faz cruel.
Você crê no que diz, mas sejamos serenos, É comum falarmos mais e fazermos menos; A intenção é apenas escrava da memória, Violenta ao nascer, mas transitória; Enquanto fruto verde só nos dá trabalho, E assim que madura cai do galho. É muito natural que nunca nos lembremos De pagar a nós, o que nós nos devemos; O que a nós na paixão foi por nós prometido Terminada a paixão perde todo o sentido.
O mundo não é eterno e tudo tem um prazo Nossas vontades mudam nas viradas do acaso; Pois esta é uma questão ainda não resolvida: A vida faz o amor, ou este faz a vida? Se o poderoso cai, somem até favoritos; Se o pobre sobe surgem amigos irrestritos.
A quem não precisa nunca falta um amigo. Mas quem, precisado, prova um falso amigo Descobre, oculto nele, um inimigo antigo.
O senhor acha que eu sou uma esponja, meu senhor? Hamlet: Isso mesmo, meu caro, encharcada pelos favores do Rei, suas recompensas, seus cargos. São tais seguidores que prestam os melhores serviços ao Rei.
O discurso patife dorme no ouvido idiota.
O que é um homem cujo principal uso e melhor aproveitamento Do seu tempo é comer e dormir? Apenas um animal.
Oh, Gertrudes, Gertrudes, Quando as desgraças chegam, elas não vêm solitárias, Mas em batalhões.
Não maltrata mais teu cérebro, pois um burro burro não fica esperto com pancada.
Fui impulsivo, Mas louvada seja a impulsividade, Pois a imprudência às vezes nos ajuda Onde fracassam as nossas tramas muito planejadas.