Cuidado, Ofélia, cuidado, amada irmã, vigia! E coloca tua afeição Fora do alcance e do perigo do desejo. A donzela mais casta não é bastante casta Se desnuda sua beleza à luz da lua. A mais pura virtude não escapa ao cerco da calúnia. A praga ataca os brotos da primavera Antes mesmo que os botões floresçam; E na manhã orvalhada da existência Os contágios fatais são mais constantes. Tem cuidado, então; o medo é a melhor defesa. Uma jovem se seduz com sua própria beleza.

