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Fechei os olhos, desejando desesperadamente ter estado lá para ver o momento que ele falava, ver os movimentos tímidos e ainda inseguros, ouvir as primeiras conversas, os primeiros detalhes sobre ele. Sabia que teria me encantado por ele logo de cara.
a constatação de que ali não era meu lugar zuniu em meu coração. Ali não era meu lugar ainda.
— Não se preocupe, Maeve — beijou minha testa —, eu teria te achado de qualquer maneira.
Não queria aprender nada, não queria esperar nada. Queria minha família de volta. Queria ser amada de novo.
Não. Eu não podia. Tinha que viver cada um daqueles dias, os bons, os ruins, os cheios de saudade e os repletos de esperança. Precisava. Seria forte. Me reconectaria com minha mãe, receberia o perdão de Andy e então encontraria Theo, onde quer que ele estivesse. Adotaríamos as meninas e seríamos felizes à nossa maneira simples. Aquela seria a verdadeira magia.
Foi libertador dizer aquilo, me impor. Eu era muito melhor que Lucca.
Eu tinha batido a cabeça forte demais. Só podia ser isso. Porque naquele momento eu estava vendo Theo Jones, em pé e diante de mim.
Um grande covarde que tinha me manipulado por anos. Mas agora, eu estava livre.
Agora podia entender o que ele tinha dito. Lar, alguém para quem eu sempre quero voltar. Ali, nos braços de Theo, eu me sentia em casa.
— Vamos, segure minha mão — ofereceu, e eu não hesitei nem por um segundo antes de prender seus dedos contra os meus.
Escondi meu rosto nas minhas mãos e solucei. Theo afagou minhas costas, meio sem jeito, e o movimento me fez querer chorar ainda mais. Já o amava tanto, mas ele ainda não fazia ideia de quem eu era e, pelo que eu sabia, talvez ele nunca descobrisse. Nossos caminhos podiam se separar ali. E para aquela dor eu não tinha nenhum remédio.
Não estou insinuando que isso é um encontro, mas você gostaria de tomar um café aqui comigo, enquanto olhamos essa menininha indefesa dormir e esperamos a irmãzinha dela?
Senti o amor flutuar por cada célula do meu corpo. Ele tinha voltado. Como tinha prometido que faria, Theo tinha me encontrado. Respondi a única coisa que poderia. — Sim — murmurei e ele riu, parecendo aliviado.
Oi, sou Theo Jones, é um prazer conhecê-la — estendeu sua mão em minha direção. — Oi, sou Maeve Carter — respondi, segurando sua mão, para nunca mais soltar. — O prazer é todo meu em conhecê-lo, Theo.
Mas eu também não esperei anos até minhas filhas se tornarem oficialmente minhas.
Eu estava vivendo meu felizes para sempre, sentada em minha própria casa de bonecas com meu próprio Mark Ruffalo. A vida era boa.
Tinha sido ali que eu tinha ido para me sentir menos solitária ao ver pessoas levando presentes de natal. Tinha visto a loja e entrado para comprar o bolinho que tinha me levado para o futuro.
Theo ainda estava com a cara de quem fez alguma coisa errada, mas eu não podia me ressentir. Me lembrei dele mesmo, deitado ao meu lado, dizendo que seu sonho para uma vida perfeita era termos um cachorrinho, porque aquilo significaria que nossas filhas tiveram uma vida estável e confortável. Nós tínhamos conseguido.
A vida era realmente boa.