E se eu parasse de comprar?: O ano em que fiquei fora da moda

by Joanna Moura

Se tem um homem pagando a sua conta, ele tem o controle sobre você — ela dizia com semblante sério. E finalizava. — Não tem nada melhor do que ter o seu próprio dinheiro, minha filha. E poder gastá-lo do jeito que você bem entender, sem ter que dar satisfação pra ninguém.

A verdade é que o mundo sempre esteve muito mais empenhado em produzir consumidores vorazes do que investidores sagazes. E eu, infelizmente, sou parte dessa grande maioria que caiu bem no primeiro grupo.

Onde eu estaria agora se não tivesse enterrado tudo o que ganhei na vida dentro do meu armário?

Se uma roupa faz você se sentir maravilhosa, por que deixá-la mofando dentro do armário esperando por um evento que pode ser que nunca chegue?

Todo mundo erra. Faz parte da vida. Você não é nem melhor nem pior porque errou. Mas o erro é uma oportunidade, uma bifurcação na estrada. O que te define é o caminho que você vai querer seguir agora. O que a gente resolve fazer com os nossos erros, o que a gente aprende com eles, a pessoa que nos tornamos depois deles, é isso que de fato importa.

Porque se tem uma coisa que eu entendi este ano é que não tem cartão de crédito sem limite que consiga tapar os buracos que a gente tem por dentro. E não tem roupa nova que cure a falta de amor-próprio.