Como antes dissemos, trata-se de uma seleção de rasuras, não de todo o material descartado. Sua incorporação ao texto “limpo”, porém, já permite — e pela primeira vez ao leitor brasileiro — uma intuição do que são os rabiscos kafkianos na página manuscrita. Assim, será possível entender de maneira bem visual que o texto de O processo, como a maior parte do legado de Kafka, permanece em última instância aberto e cheio de imundícies. Mas não seria essa a maior fidelidade a Kafka se — como escreveu certa vez a sua tradutora Milena Jesenská — a sujeira fosse sua única posse?