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Na hora mais triste das tardes, quando a saudade parece apertar o coração do mundo, Dalva voltava para casa. Dizem que a tristeza dessa hora está nas entranhas da gente, infiltrada nas nossas menores porções há milênios.
Tudo que era na rua faziam juntos: comprar, consertar, passear, e os afazeres em casa eram brincadeiras de amor. Tão bonito quanto insuportável.
Pedem todos os dias saúde e proteção para eles, como se pedissem, sufocadas, um pouco de ar para elas.
Morrer teria sido um gesto de bondade, morta perdoaria Deus. Queria a inconsciência, não mais saber, não ter visto, não ter vivido. Mas, ao contrário, o escuro estava aceso como nunca,
Ele foi ficando lento e calado, foi se envenenando com as raivas contidas, as palavras apodrecendo dentro dele, as paredes sem ouvidos devolvendo em ecos ampliados a dor de não ser amado.
Deu pressa nele de ver de novo.
Não tem juízo que interrompa quem adoece de saudade.
Não é bom todo dia, mas é bom toda a vida.
Não se iluda, o ciúme pode destruir qualquer amor. Dá muito trabalho não deixar ele devorar a alegria de ficar junto.
O que mais existe no mundo são pessoas que nunca vão se conhecer.
completou: O amor é alegre, Venâncio, se não é alegre, não é amor.
A falta de ar, de sol e principalmente de movimento tem o poder de estragar as coisas e faz sem dó o mesmo com a gente.