O peso do pássaro morto
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Read between December 21 - December 22, 2024
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será que ele prefere não ver? imaginar o mundo deve ser mais bonito mesmo.
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morrer é não poder mais escolher o que farão com a sua carne. quando estamos vivos, muitas vezes também não escolhemos. mas tentamos.
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será que com o uso um dia a lágrima acaba?, a vida pode ser longa e eu não queria virar uma menina sem lágrima no meio do caminho uma mulher.
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Tempo, o problema foi a perda da parte de mim que acreditava,
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e se não existir momento perfeito?, mais por culpa do perfeito que do momento,
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pelo pescoço subiu um grosso de choro que eu não deixei chegar no olho,
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Carta era um ótimo jeito de dizer que se amava alguém porque às vezes falando a pessoa não entende nada ou escuta pouco pensando em outras coisas.   – escrever é mais forte,
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Futuro, espero que não estejam contando com a gente pra salvar o mundo.
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o amor era um vento, logo passa e começa outro com tanta naturalidade que você nem percebe. mas é a culpa mãe, trezentos quilos de culpa
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Tarde, o tempo escorria sem sono das minhas mãos.
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era bonito ser sexta-feira e estar casado, espero que um dia faça sexta no meu amor.
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olhei praquela criança também chorosa, ela que não fazia ideia do que é no mundo nascer um menino, alguém precisa contar. não da parte física, claro, isso ele vai descobrir sozinho e muito rápido, alguém precisa contar da outra parte, doutor, as mulheres abusadas nas trincheiras e nos viadutos
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chorei assistindo um programa de TV. nascida há anos ainda passo por esses vexames aproveito e tiro uma foto de dentro da minha cabeça. daqui um tempo olharei pra ela e ficarei triste por eu ser eu mesma e não haver outra saída possível pra deixar de ser eu e ainda assim seguir vivendo.
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mesmo quando estou fazendo o que imaginei que gostaria de estar fazendo, mas ao fazer bate aquela sensação esquisita de ainda estar viva justamente nesse ano, exatamente nesse corpo que sou eu, as pessoas sabem meu nome, me chamam, então eu existo ao mesmo tempo que sou invisível na multidão.
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disfarçávamos, não nos sentíamos confortáveis na situação de mãe e filho não morrendo de amores um pelo outro então tentávamos à nossa maneira nos dar bem.
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existe vida durante a mutilação ou já se morre de pronto só por saber que seu corpo ficará em pedaços?
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entendendo que o tempo sempre leva as nossas coisas preferidas no mundo e nos esquece aqui olhando pra vida sem elas.
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não me importo – eu disse pra ele – que seja breve o nosso encontro. porque no tempo da minha memória somos pra sempre. não existe morrer dentro, é como uma canção. as canções não morrem nunca porque elas moram dentro das pessoas que gostam delas.
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é que quando eu coloco uma coisa na cabeça fico teimando comigo mesma e isso vira um jogo que eu quero ganhar.
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o trabalho é por tantas vezes a maior tristeza da vida de uma pessoa e é só nisso que certos pais pensam, no filho crescendo e sendo alguém sendo que esse ser alguém envolve tudo menos Ser.
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aqui nada é meu, igual a todos os outros lugares. a rua era minha só na criança que fui, de resto que mundo estrangeiro.
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as coisas preferem ser fixas, por isso quando as tiramos dos lugares em que estão elas se multiplicam, pra se vingar.
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ser adulto por vezes não deixa a beleza das coisas entrar tão facilmente, a gente começar a desconfiar.
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chorei aberta pra sair a dor, sorriso eu não sabia mais em que lugar que ele ficava no corpo. não dei beijo no Vento antes dele morrer. dei depois mas depois não adianta. também de manhã antes de ir pra feira eu não disse nada de tchau, ele estava dormindo tão doce não quis acordar e o tempo não volta.
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não ver alguém nunca mais por questões sentimentais doía menos do que não ver alguém nunca mais porque a pessoa deixou de existir.
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a cidade seguiu seu curso, nem parecia que alguém tinha morrido até porque todos os dias alguém morre sem ninguém saber.