Os sofrimentos do jovem Werther
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Quantas vezes apaziguo o meu sangue revolto com o canto de ninar, pois nunca se viu nada tão desigual, tão inconstante quanto este coração. Querido! Será que preciso dizer-lhe isto, você que tantas vezes carregou o fardo de me ver transitar da preocupação para o excesso e da doce melancolia para a paixão nociva?
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O mau humor é como a preguiça, pois é uma espécie de preguiça. A nossa natureza fica muito acomodada, mas a partir do momento que temos a força de nos erguermos, o trabalho se torna fácil e encontramos real prazer na vida prática.
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Mas em mim! Em mim! Em mim… neste que estava concentrado apenas nela, eles não repousavam… meu coração disse adeus mil vezes a ela! E ela não me via!
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Vi como se afastava e vi o enfeite de seu cabelo se debruçar para fora da janela; ela se voltou para olhar, ah, para mim…? Querido! Vivo nessa incerteza; é esse o meu consolo; talvez ela tenha se virado para me ver! Talvez…! Boa noite! Oh, como sou criança!
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Que tipo de pessoa é essa a quem Lotte tão somente agrada, para quem ela não preenche todos os sentidos, todas as sensações! Gostar! Outro dia me perguntaram se eu gostava de Ossian
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não estou me enganando! Leio em seus olhos negros interesse verdadeiro por mim e meu destino. Sim, sinto — e nisso posso confiar em meu coração — que ela… oh, poderei, saberei expressar o céu nessas palavras…? Que ela me ama!
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como idolatro a mim mesmo desde que ela me ama!
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Ela me é sagrada. Todo o desejo silencia diante de sua presença. Nunca sei o que sinto quando estou com ela;
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o que há de ser o mundo em nosso coração sem o amor!
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natureza humana tem seus limites — continuei. — Ela consegue suportar alegria, sofrimento e dor até certo ponto, e sucumbe assim que esse ponto é ultrapassado. Aqui, então, a questão não é saber se alguém é fraco ou forte, mas se consegue aguentar a medida de seu sofrimento, seja ele moral ou físico. Acho igualmente incrível alguém dizer que a pessoa é covarde por ter tirado a própria vida, tanto quanto inadequado chamar de covarde alguém que morre de uma febre maligna.
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homem é o homem, e o pouco de razão que alguém possuir terá pouca ou nenhuma importância quando grassa a paixão e nos acuam os limites da humanidade.
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Oh, tinha o coração oprimido… e nos separamos sem termos nos entendido. Não é fácil as pessoas se entenderem neste mundo.
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Ele o sentiu tão infeliz, achou-o tão sem culpa do crime, colocou-se tanto no lugar dele que acreditava também poder convencer outros disso.
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“De que me adianta dizer e repetir que ele é um homem honesto, um bom homem, isso me revolve as entranhas; não consigo ser justo.”
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Tudo o que havia acontecido de desagradável em sua vida laboriosa, o mal-estar com o representante do governo, tudo que havia fracassado, o que o tinha ofendido, fervilhava em sua alma. Por tudo isso, julgava ter direito à inatividade, achava-se excluído de toda e qualquer perspectiva, incapaz de iniciar qualquer atividade com que se executa as tarefas da vida comum;
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Às vezes me domina; não é medo, nem desejo, é um fervilhar interno, desconhecido, que ameaça dilacerar meu peito, que me aperta a garganta! Ai de mim! Ai de mim! E então vagueio a esmo pelas cenas noturnas terríveis dessa estação do ano misantrópica.
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Ó, Wilhelm! Como teria abdicado da minha condição de humano para poder rasgar as nuvens com aquele vento tempestuoso, agarrar as marés! Ah! E será que o encarcerado não terá o prazer de desfrutar esse deleite?
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Não me repreendo, pois tenho coragem de morrer. Teria… agora estou aqui sentado como uma velha que tira a madeira das sebes e o pão das portas para prolongar e aliviar por mais um momento a sua existência definhante e sem alegria.
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Oque é isso, meu querido? Assusto-me comigo mesmo! Não seria o meu amor por ela o mais sagrado, mais puro, mais fraterno?
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E é o meu fim! Meus sentidos se embaralham; há oito dias já não tenho mais plena consciência das coisas, meus olhos estão cheios de lágrimas. Em nenhum lugar me sinto bem, e em todo lugar me sinto bem. Não desejo nada, não exijo nada. Seria melhor eu partir.