O rosto da minha mãe, por exemplo, parece-me quase sempre inalterado, o que eu vejo é “minha mãe”, como ela sempre foi, mas por vezes ela vira a cabeça e de repente, como em um choque, eu vejo que hoje ela é uma pessoa de idade, uma mulher próxima dos setenta anos que talvez não tenha mais do que dez anos a viver. Depois ela se vira outra vez, diz qualquer coisa e tudo que eu vejo é mais uma vez “minha mãe”.