O viajante não viu mais do que meia dúzia de pessoas, todas de idade avançada, mulheres costurando à porta, homens olhando em frente, como quem se descobre perdido. Aquele que vai custodiar arrasta dolorosamente uma perna e repete um recado que não foi capaz de entender, é o seu último instrumento de trabalho e não sabe como lhe há de pegar. O viajante anda a viajar, não procura pensamentos negros, mas eles vêm, pairam sobre Castelo Rodrigo, desolação, tristeza infinita.