O príncipe, com prefácio de Paulo Vieira (Portuguese Edition)
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para entender a natureza do povo é preciso ser um príncipe e, para entender a natureza dos príncipes, é preciso ser do povo.
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para Maquiavel, existe uma ética cristã e uma ética política, ou seja, a primeira será a que salvará a nossa alma e, a segunda, a que salvará o Estado. Assim, o autor defende que a maldade só é admissível quando promove o bem comum, isto é, em alguns momentos será preciso, sim, ser mau e fazer coisas que vão contra os princípios morais se for em prol do interesse do Estado. Não se pode chamar de “bom” algo ligado apenas a um preceito bom, mas, sim, àquilo que é útil à comunidade.
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preciso da força do leão para lutar as batalhas e a astúcia da raposa para lidar com as adversidades e enxergar as oportunidades.
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Pois o príncipe hereditário tem menos causa e menos necessidade de ofender; portanto, será mais amado. E, a menos que vícios extraordinários o façam ser odiado, é razoável esperar que seus súditos sejam naturalmente bem dispostos para com ele; e, na antiguidade e duração seu reinado, se perdem as memórias e os motivos para mudar, pois uma mudança sempre lança as bases para outra.
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os homens mudam seus governantes de forma voluntária, esperando melhorias, e essa esperança os induz a pegar em armas contra aquele que governa: nisso, estão enganados, porque depois descobrem, por experiência, que foram de mal a pior.
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ferimento que deve ser feito a um homem deve ser de tal ordem que não se tenha medo de vingança.
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Acontece nisso, como dizem os médicos que acontece na tuberculose, que no início é fácil de curar, mas difícil de detectar, porém, com o passar do tempo, não tendo sido detectada nem tratada, torna-se fácil de detectar, mas difícil de curar. É o que acontece em assuntos de Estado, pois, quando os males que surgem são previstos (que só é dado a um sábio ver), podem ser rapidamente corrigidos; contudo, por não terem sido previstos quando lhes é permitido crescer de uma forma que todos possam vê-los, não há mais remédio.
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O desejo de conquista é, na verdade, muito natural e comum, e os homens sempre o fazem quando podem, e por isso devem ser elogiados, não censurados; porém, quando não podem fazê-lo, mas desejam de qualquer forma, há loucura e culpa.
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nunca se deve cometer um erro para evitar guerra, pois ela não deve ser evitada, e sim apenas adiada conforme lhe for vantajoso.
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está arruinado aquele que é a causa de outro se tornar poderoso, porque essa predominância foi provocada ou pela astúcia ou pela força, e em nenhuma das duas confia aquele que foi elevado ao poder.
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Um homem sábio deve sempre seguir os cursos trilhados por grandes homens e imitar aqueles que foram supremos, para que, se sua capacidade não se igualar à deles, pelo menos tire proveito do que é passado.
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aquele que não lançou primeiro as suas fundações pode ser capaz, com grande virtude, de as lançar depois, mas isso será feito com problemas para o arquiteto e perigo para o edifício.
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Aquele que acredita que novos benefícios farão com que grandes personagens esqueçam os antigos ferimentos está enganado.
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sua crueldade bárbara e sua desumanidade com infinita maldade não permitem que ele seja celebrado entre os homens mais excelentes. O que ele alcançou não pode ser atribuído nem à fortuna nem à genialidade.
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Pode-se dizer que é usada corretamente se do mal é possível falar bem, se ela é aplicada em um só golpe e necessária para a própria segurança, e não persiste depois, a menos que possa ser voltada para a vantagem dos súditos. A crueldade mal-empregada é a que, apesar de pouca no início, se multiplica com o tempo em vez de diminuir. Aqueles que empregam o primeiro sistema são capazes, por ajuda de Deus ou do homem, de mitigar em algum grau a sua regra, como fez Agátocles. É impossível para aqueles que seguem o outro manterem-se a si mesmos.
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as armas dos outros ou caem das mãos ou pesam demasiado ou impedem os movimentos.
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amando os homens segundo a sua própria vontade e temendo segundo a do príncipe, um príncipe sábio deve estabelecer-se sobre o que está sob o seu próprio controle, e não sobre o dos outros; deve esforçar-se apenas para evitar o ódio, como notei.
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deve-se inferir que os bons conselhos, quando vêm, nascem da sabedoria do príncipe, e não a sabedoria do príncipe, dos bons conselhos.
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porque em tempos calmos nunca pensaram que pudesse haver uma mudança (é um defeito comum no homem não fazer nenhuma provisão na calma contra a tempestade), e quando depois vieram os maus tempos pensaram em fugir, e não em defender-se, e esperavam que o povo, enojado com a insolência dos conquistadores, se lembrasse deles.