eu me deparava com uma barreira toda vez que eu fazia esse tipo de coisa, um muro de classe média e pequena-burguesia que não se deixava vencer sem enormes preocupações e angústias. Eu queria, mas não conseguia. No fundo eu era uma pessoa boa e ordeira, o cabeça da turma, e, segundo eu pensava, talvez fosse esse o motivo que me impedia de escrever. Eu não era desvairado o bastante, não era artístico o bastante, em suma, eu era comum demais para dar certo. Quem havia me convencido do contrário? Ah, essa era apenas mais uma dessas mentiras da vida.