Kindle Notes & Highlights
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February 8 - February 15, 2022
Essa foi a primeira de muitas vezes em que eu só recebi uma oportunidade porque alguém decidiu olhar para toda a minha trajetória e esforço, e não apenas para o meu resultado final.
faziam com que me sentisse muito sozinha.
Eu tinha medo de que mudassem de ideia e achassem que na verdade eu não merecia a bolsa de estudos.
O Etapa me mostrou que o mundo era muito maior e mais complexo do que aquele no qual eu tinha crescido, e eu levaria algum tempo para entender qual era o meu lugar nesse novo mundo.
Mesmo sabendo que aquele primeiro ano tinha sido muito difícil, me senti culpada por não ter aproveitado todas as oportunidades que a escola me proporcionara.
A promessa que fiz ao meu pai, de que eu ganharia aquela camiseta, tinha me levado a ser premiada em oito competições e, o mais importante, tinha me ajudado a encontrar um lugar para mim na minha nova escola.
O que aprendi é que a sociedade, em um país tão desigual como o nosso, quando não tira a vida, vai tirando de alguns de nós a capacidade de sonhar.
Depois de um ano de cursinho, o Allan foi aceito na USP, na UFABC e na Unicamp, onde decidiu fazer sistemas de informação. Tenho muito orgulho do meu irmão e nunca tive dúvidas do quão capaz ele é. No entanto, até ter de fato uma oportunidade, referências e pessoas que o incentivassem, ele custou a acreditar que faculdade fosse para ele. Toda vez que eu penso nisso, me pergunto quantos bons programadores, cientistas e médicos nós não perdemos todos os anos.
“Política comparada na América Latina”, com o professor Steven Levitsky,
política comparada
Durante a faculdade, entendi que parte da solidão que sentia vinha do fato de eu transitar entre mundos muito diferentes, o que às vezes me fazia achar que não pertencia a lugar nenhum.
Cheguei à faculdade sem o capital cultural que meus colegas receberam em casa:
era no setor público que a gente podia resolver os maiores problemas e impactar o maior número de pessoas, era lá que as pessoas mais bem preparadas e movidas por um propósito deveriam estar. Essa desconfiança que a gente tem em relação ao setor público é muito parecida com o preconceito que temos contra a política no nosso país. Na prática, essa visão acaba afastando as pessoas bem-intencionadas e deixando espaço para aquelas que são movidas por tudo, menos propósito.
Essa opção fez com que o município fosse um dos primeiros a acabar com a indicação política de diretores escolares, por exemplo, prática que ainda predomina no Brasil.
Gabriel Dolabella,
Frances Hagopian
quando somos um dos poucos representantes de um grupo a ocupar determinado lugar, a nossa responsabilidade é muito maior.
A nossa educação continua avançando tão lentamente não devido a problemas técnicos, e sim políticos.
eu só incomodava tanto porque estava ocupando um lugar que as pessoas não queriam que eu ocupasse.
Por isso, não devemos esperar que alguém fale por nós. Nós temos de erguer a nossa voz.
a gente queria “entrar para o puteiro que é a política e, ainda assim, permanecer puras”. A Laiz respondeu que sim e saiu da reunião.
O que as pessoas não percebem é que, ao se recusarem a apoiar qualquer candidato, inclusive aqueles que estão fazendo as coisas do jeito certo, acabam favorecendo os maus políticos, que, no final das contas, são os grandes responsáveis pela raiva que elas sentem. No
Mas eu sempre concluía que sim, não só porque precisava daquele dinheiro, mas também porque as doações, independentemente do valor, faziam com que as pessoas se sentissem mais próximas da política.
A trajetória que me levou para a política é completamente fora do comum, pois tive oportunidades das quais muitas pessoas nunca ouviram falar e cheguei muito longe para quem vem de onde eu venho.
ser lideradas por mulheres por pelo menos dois mandatos, porque leva tempo para a população mudar sua opinião sobre a capacidade das mulheres de serem boas governantes.
A sua trajetória política deve começar antes do seu ingresso na política formal. Os políticos que eu mais admiro começaram o seu ativismo muito antes de se candidatarem, lutando por condições mais dignas para seus bairros e comunidades, provocando discussões importantes com a difusão de suas ideias, ou promovendo mudanças relevantes enquanto lideravam diferentes instituições. Ou seja, eles nunca se aquietaram ou esperaram estar, de fato, na política para começarem a mudar aquilo que os incomodava.
O partido ao qual você decidir se filiar precisa não só ser alinhado à sua visão de mundo, mas também estar disposto a ser mais conectado à sociedade e a tratar a sua candidatura com seriedade.
você deve buscar saber o quanto o partido pretende apoiar a sua candidatura, seja com recursos, seja com espaço, seja com visibilidade.
Durante a campanha, você deve comunicar com muita clareza não só as razões pelas quais decidiu se candidatar, como também quais as bandeiras que vai defender, caso seja eleita.
As mensagens que você vai transmitir durante a campanha precisam sempre contar uma história. Tão importante quanto saber por que você quer estar na política e quais são as causas que te movem é saber como comunicar as suas ideias.
Dito isso, se eu tivesse que fazer uma divisão simplista, diria que um terço do tempo deve ser gasto pedindo o voto das pessoas. Algo que pode parecer óbvio, mas nem sempre é lembrado, é que você pode e deve começar pelos seus familiares e amigos. Faça uma lista para ter certeza de que não está deixando ninguém de fora e ligue para essas pessoas para pedir o apoio delas.
Um segundo terço do tempo deve ser gasto com os voluntários da campanha.
o último terço da campanha deve ser gasto pedindo doações.
Vamos juntos e juntas?
Quando me via angustiada, ela me dizia para confiar em Deus que daria tudo certo.
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro.