O amante
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Read between June 8 - June 14, 2024
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Em vez de me assustar, acompanhei a evolução desse envelhecimento do meu rosto com o interesse que teria, por exemplo, pelo desenrolar de uma leitura.
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Devia ser à noite. Eu tinha medo de mim, tinha medo de Deus. De dia, eu tinha menos medo e a morte parecia menos pesada.
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A história da minha vida não existe. Ela não existe. Nunca há um centro. Nem caminho, nem linha.
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O álcool cumpriu a função que Deus não cumprira, ele também teve a função de me matar, de matar. Esse rosto alcoólico me veio antes do álcool. O álcool só o confirmou. Havia em mim o lugar para ele, soube disso como os outros, mas, curiosamente, antes da hora. Assim como havia em mim o lugar do desejo. Aos quinze anos, eu tinha o rosto do gozo e não conhecia o gozo.
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Não era preciso atrair o desejo. Ele estava em quem o despertava ou não existia. Ele já estava ali desde o primeiro olhar ou jamais teria existido. Ele era o entendimento imediato da relação de sexualidade ou não era nada. Isso, também, eu soube antes da experiência.
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Nunca escrevi, e pensei que escrevia, nunca amei, e pensei que amava, nunca fiz nada a não ser esperar diante da porta fechada.
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Os beijos no corpo fazem chorar. É como se consolassem.
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Ele chora muito porque não encontra forças para amar além do medo.