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December 20 - December 20, 2023
minha saudade podia ter teu nome. Mas aí seria óbvio demais.
ela estava tão longe que eu não conseguia tocar, mas tão perto que eu conseguia sentir;
Parece que as ruas agora têm o nome dela. Ou melhor: Tem o cheiro, o jeito e a saudade.
procurei demais e esqueci de te levar comigo. hoje, moro num kitnet. sozinho. ou melhor: eu e o mundo
foi um único dia em que resolvi jogar tudo para o alto pra ver se Deus aproveitava e me puxava junto. fiz coisas que não me arrependo e outras coisas que só Nossa Senhora pode me perdoar. gritei com o porteiro, pulei da escada e quebrei o braço. minha única dor física, pelo menos. a única dor que sabia o que sentir, onde era e quando passava.
dias atrás, me vi pensando demais. pensei sobre mim, sobre você e sobre nós. cheguei a diversas conclusões e nenhuma delas foi conclusiva.
nós somos como duas linhas paralelas que nunca se encontram, não importando o quão longe vamos atrás um do outro. somos dois caminhos distintos em que tudo o que há como boas notícias é que não vamos colidir. duas retas traçadas por um destino que não quer que fiquemos juntos. dois traços, escritos e desenhados, para estarmos afastados.
escrevi tantos textos depois desse dia, que tudo o que tenho hoje são frases com o nome dela nas entrelinhas.
você foi meu melhor desencontro e a coisa mais aleatória que poderia ter acontecido. de verdade? parece que tudo foi um grande circo: algumas performances, belas falas e um palhaço.
claro que eu poderia não ter aceitado. poderia ter ficado na minha, quieto, como quem não queria nada. mas a parte que você falou "eu te amo", eu não tinha previsto.
vivi coisas que nunca imaginei e criei expectativas que nunca pensei em criar. se eu fosse escrever um roteiro, nunca que iria ser assim. apesar de que, fui eu ali. por inteiro. até você roubar parte de mim.
bom... é isso. pelo menos uma história para contar. não é a 'nossa' história, mas, pelo menos, é uma.
eu poderia simplesmente sumir desse mundo sem ninguém perceber, mas eu ia morrer de saudades de viver.
Vivo em constante nostalgia e me culpo, algumas vezes, por não ter feito diferente. Vivo dos “e se?” da vida e parece que isso já é suficiente para aumentar qualquer quantidade de saudade que eu possua.