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June 26 - July 12, 2022
Martin Luther King na Letter From the Birmingham Jail: “[…] a aceitação indiferente é mais desconcertante do que a rejeição total.”
esse livro passa a ser uma obra fundamental para que pessoas brancas que se dizem antirracistas saiam do seu local de culpa pela sua branquitude e pelos seus privilégios, para uma posição de luta real.
o racismo era muito mais do que preconceito pessoal. Era sobre estar na posição de afetar negativamente as chances de vida de outras pessoas.
A escravidão era um comércio internacional. Europeus brancos, incluindo os britânicos, negociavam com as elites africanas, trocando produtos e bens para o povo africano, o que alguns negociantes brancos de escravos chamavam de “gado negro”.
Muitos escoceses foram trabalhar como feitores de escravos na Jamaica, e alguns trouxeram seus escravos com eles quando voltaram para a Grã-Bretanha. Escravos, assim como qualquer outra propriedade particular, poderiam ser herdados, e muitos britânicos viveram confortavelmente do trabalho de pessoas negras escravizadas, sem se envolverem diretamente na transação.
Quando setores da população votam nos representantes e nos esforços políticos que explicitamente usam o racismo como uma ferramenta de campanha, dizemos a nós mesmos que grandes seções do eleitorado simplesmente não podem ser racistas, pois isso os transformaria em monstros sem coração. Entretanto,
Cheio de esperança, nosso jovem negro continuará enviando currículos, porque acredita na meritocracia. Não há diferença entre ele e seus pares brancos, ele pensa. Eles se sentaram nas mesmas palestras e leram os mesmos livros, mas seus potenciais empregadores podem não ver dessa maneira.
Nós não vivemos em uma meritocracia, e fingir que o simples trabalho árduo levará todos ao sucesso é um exercício de ignorância intencional.
se as práticas de contratação recrutassem e promovessem com sucesso as pessoas certas para os empregos certos em todas as circunstâncias, duvido seriamente que tantas posições de liderança fossem ocupadas por homens brancos de meia-idade.
Representatividade nem sempre significa que o representante irá trabalhar em favor daqueles que precisam de representação.
Não ver raça pouco faz para desconstruir estruturas racistas ou melhorar materialmente as condições às quais as pessoas de cor estão sujeitas diariamente. Para desmantelar estruturas injustas e racistas, precisamos ver raça. Precisamos ver quem se beneficia de sua raça, quem é desproporcionalmente impactado por estereótipos negativos sobre sua raça e a quem o poder e o privilégio são concedidos – merecidos ou não – por causa de sua raça, sua classe e seu gênero. Ver raça é essencial para mudar o sistema.
Dizem-nos que um cast com atores e atrizes negros escolhidos como personagens centrais em obras de ficção é irrealista. Dizem-nos que eles são historicamente imprecisos ou que estão longe demais para a imaginação. Contudo, na verdade, trata-se de uma parte agressiva da sociedade que se recusa a pensar fora de si, que acredita que tudo deve atender a ela e que o resto de nós deve se adaptar aos seus caprichos e desejos.
Quando Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos, todos se apressaram em dizer que agora vivíamos em uma sociedade pós-racial. Todavia, proclamar o sucesso pós-racial era uma maneira de enterrar qualquer discussão sobre o racismo – insistir que havíamos realmente avançado rapidamente e tudo estava bem agora. Que não havia necessidade de reclamar.
Nenhum movimento útil por mudança jamais surgiu de fervorosa culpa.
Se você precisa parar de conversar com pessoas brancas sobre raça, não se sinta culpado por isso. Descanse e recarregue-se para que você esteja pronto para fazer seu trabalho antirracista de maneira eficaz.

