O Fim da Morte (Remembrance of Earth’s Past #3)

by Liu Cixin

O mundo da vida cotidiana nada mais era que espuma flutuando no oceano perfeito da realidade profunda. Agora, contudo, parecia que o mundo cotidiano era uma bela concha: as microrrealidades que ele continha e as macrorrealidades que o continham eram muito mais feias e caóticas que a própria concha. Assustadoras demais.

Ele era alguém que fazia coisas, que realizava coisas. A vida pertencia a pessoas assim. Mas pessoas como Tianming só podiam ver a vida passar e deixá-las para trás, abandonadas.

Legalmente — pelo menos por enquanto —, não havia nenhuma restrição internacional ou nacional à construção de naves estelares por organizações ou indivíduos, e ir para um esconderijo atrás dos gigantes gasosos não era o mesmo que Escapismo. No entanto, essa foi considerada a maior desigualdade de todos os tempos: a desigualdade perante a morte.

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No cosmo, por mais rápido que você seja, sempre vai haver alguém mais rápido; por mais lento que você seja, sempre vai haver alguém mais lento.

Lembre a grande lei da descoberta reversível: se você consegue ver um mundo de baixa entropia, esse mundo de baixa entropia também consegue ver você — era só questão de tempo.

Elas queriam ver como era um paraíso, mas não se atreveram a olhar.