Com as roupas molhadas, o frio do inverno na Mongólia Interior envolveu Ye como a mão de um gigante. Ela ouviu os dentes baterem, mas com o passar do tempo até esse som desapareceu. O frio penetrou em seus ossos, e o mundo diante de seus olhos deu lugar a um branco leitoso. Ye sentiu que o universo inteiro era um bloco gigantesco de gelo, e ela era a única fagulha de vida que existia. Era a menininha prestes a morrer congelada e não tinha nem sequer um punhado de fósforos, só ilusões…

