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October 26 - November 2, 2021
Todavia, justamente porque o pecado e a aversão a Deus típica dos irmãos mais velhos estão ocultos debaixo de uma capa de autocontrole e de bom comportamento moral, eles têm muita facilidade de se sentir superiores a praticamente qualquer pessoa.
A raiva que eles sentem é uma prisão que eles próprios construíram.
Mas o irmão mais velho revela que sua obediência ao pai se resume ao cumprimento de deveres. Ele não tem alegria nem amor, e tampouco se sente recompensado pelo simples fato de ter feito o que era do agrado do pai.
No fundo, irmãos mais velhos levam uma vida regrada movidos pelo medo, não por amor e alegria.
Uma coisa é ser honesto e não mentir para nosso próprio bem, mas outra coisa é fazer isso por amor a Deus, por amor à verdade e pelas pessoas que nos cercam.
Alguém movido por amor e não por medo não somente obedecerá à letra da lei, mas terá prazer em procurar novos meios de administrar os negócios com transparência e integridade.
A honestidade motivada pelo medo não tem condições de eliminar a causa básica do mal no mundo — o profu...
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Os irmãos mais velhos podem até fazer o bem às pessoas, mas não porque tenham prazer no que fazem, nem por amor aos outros ou para agradar a Deus. A grande verdade é que não estão alimentando nem vestindo aos pobres, mas estão alimentando e vestindo a si mesmos.
A essência do egoísmo no coração não apenas continua intacta, mas também é alimentada por um moralismo baseado no medo.
Por baixo de um aparente altruísmo se encontra um egoísmo enorme.
Enquanto você estiver tentando conquistar sua salvação controlando Deus com sua bondade, você jamais terá certeza de que ele o considera bom. Simplesmente não é possível ter certeza de que Deus o ama e se agrada de você. Como essa falta de certeza se manifesta? Já mencionamos um dos sinais: todas as vezes que algo dá errado em sua vida ou quando sua oração não é respondida, você fica se perguntando se está vivendo corretamente nesta ou naquela área.
Outro sinal está na crítica recebida de terceiros: elas não apenas o deixam triste, mas o deixam arrasado. Isso se explica pelo fato de que sua percepção do amor de Deus é abstrata e não tem força suficiente, de modo que você precisa da aprovação dos outros para reafirmar seu senso de valor.
Irmãos mais velhos podem ser disciplinados no que diz respeito à oração, mas suas conversas com Deus estão destituídas de fascínio, maravilhamento, intimidade ou prazer.
Essa atitude revela que o principal objetivo da oração é controlar o ambiente em que vivem, em vez de se aprofundar num relacionamento íntimo com um Deus que os ama.
Os irmãos mais velhos deste mundo precisam com urgência olhar para si mesmos por esse espelho.
Como já dissemos, o irmão mais novo tinha consciência de que estava alienado do pai, mas o irmão mais velho não.
A raiva e a superioridade dos irmãos mais velhos, frutos de insegurança, medo e vazio interior, podem criar uma enorme corporação de pessoas movidas por culpa e medo, gente espiritualmente cega, o que constitui uma das grandes causas de injustiças sociais, violência e guerras.
Em sua parábola, Jesus desconstrói a religiosidade que constitui um dos principais problemas neste mundo.
A primeira coisa de que necessitamos é da iniciativa do amor de Deus.
O que motiva o amor do pai não é o arrependimento, mas é a generosidade da afeição do pai que facilita a expressão de arrependimento do filho.
Essa cena é como uma espada de dois gumes. Ela não deixa dúvida de que até os mais religiosos e moralistas precisam da iniciativa da graça de Deus, que ambos estão perdidos; e ela mostra que, sim, há esperança até para os fariseus.
Jesus está apelando com amor a seus inimigos mais perigosos.
Ele tem amor não somente pelos que vivem uma vida dissoluta e extravagante, mas também pelos que levam uma vida segundo os rígidos ditames da religião.
Jamais encontraremos a Deus se ele não nos buscar primeiro, mas precisamos nos lembrar de que ele pode empreender essa busca de diferentes maneiras.
O que deixou o irmão mais velho fora do banquete da salvação foi seu orgulho por causa do que ele fazia de bom, não algum remorso por algo de mau que ele tivesse feito.
O problema do irmão mais velho está em sua justiça própria, no modo que ele apela às suas realizações morais a fim de colocar Deus e os outros na condição de devedores, controlá-los e levá-los a fazer o que ele deseja.
Como costumava dizer um de meus professores no seminário, a principal barreira entre os fariseus e Deus não são “seus pecados, mas suas deploráveis boas obras”.
Para passar por uma verdadeira conversão, precisamos nos arrepender também das razões pelas quais fazemos o que é certo.
Precisamos aprender a nos arrepender do pecado que está por trás de todos os nossos outros pecados, mas também por trás de toda nossa retidão — o pecado de tentarmos ser Senhor e Salvador de nós mesmos.
Precisamos admitir que colocamos nossa fé e esperança em outros agentes e não em Deus; também é necessário admitir que, por meio do bem ou do mal que praticamos, estamos tentando nos esquivar de Deus ou manter controle sobre ele a fim de dispor sobre essas coisas.
Somente quando você se dá conta de que deseja ser seu próprio Senhor e Salvador — desejo este que se encontra na raiz não só de seus pecados mas também de sua bondade moral — é que você está pr...
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mas o perdão sempre tem um custo para aquele que o oferece.
A mensagem que a parábola quer nos transmitir é que todo perdão acarreta um preço — alguém tem de pagar.
Só há um jeito de o irmão mais novo ser reintegrado à família: o irmão mais velho precisa arcar com o custo. Nosso verdadeiro irmão mais velho pagou nossa dívida sobre a cruz em nosso lugar.
Você precisa ser movido pela visão do preço pago para viabilizar sua volta para casa. A essência da diferença entre um fariseu e alguém que crê em Jesus está na motivação que se encontra no fundo do coração.
Jesus Cristo, detentor de todo o poder neste mundo, viu-nos escravizados justamente pelas coisas que pensávamos que poderiam nos libertar.
O amor desinteressado elimina a desconfiança de nosso coração em relação a Deus, uma desconfiança que nos transforma em irmãos mais novos ou irmãos mais velhos.
Quando contemplamos a beleza do que ele fez em nosso favor, somos atraídos a ele. Descobrimos que ali estão o amor, a grandeza, o consolo e a honra que buscávamos em outras coisas. Essa beleza também elimina o medo.
À medida que contemplamos “a beleza de seu ser”, somos libertos do medo e da carência que geram irmãos mais novos ou irmãos mais velhos.
Jamais deixaremos de ser irmãos mais velhos ou irmãos mais novos se não reconhecermos nossa necessidade, se pela fé não descansarmos e maravilhados não contemplarmos a obra de Jesus Cristo, nosso verdadeiro irmão mais velho.
Portanto, parece que em certo sentido somos parecidos com o irmão mais novo. Estamos todos no exílio e temos saudade de casa. Estamos sempre a caminho e nunca chegamos.
desde então, vagamos pelo mundo como exilados espirituais. Ou seja, vivemos em um mundo que não mais corresponde a nossos mais profundos anseios.
A mensagem da Bíblia é que a raça humana é um grupo de exilados tentando voltar para casa. A Parábola do Filho Pródigo é a história de cada um de nós.
No fim da história, toda a terra se transformará de novo no Jardim de Deus.
Jesus transformará o mundo de novo em nossa casa perfeita.
Jesus muitas vezes também compara a um banquete a salvação por ele realizada.
Há quatro maneiras de ter a experiência de um banquete e elas correspondem às maneiras pelas quais nossa vida é moldada pela mensagem do evangelho de Jesus.
A resposta é que Jesus veio para trazer alegria festiva. Ele é o verdadeiro “mestre do banquete”, o anfitrião da festa.
A Bíblia insiste no uso da linguagem dos sentidos quando se refere à salvação. Ela nos convida a “provar e ver” que o Senhor é bom, não somente a concordar e crer.
Em vez de somente crer que ele nos ama, podemos sentir a realidade, a beleza e o poder de seu amor.

